Olá queridos!!!
Comemorando esse Dia do Escritor, viemos abraçar todos nossos amigos e parceiros, que iniciaram essa jornada consoco, ou ainda, juntaram-se a nós no caminho, que é longo e incansável, pelo mundo dos livros.
Como não caberiam todos nessa página, escolhemos um que representa-se a maioria.
Rubens Conedera foi destaque da MODO Tradicional no catálogo de Maio-Junho pelo desempenho de vendas do seu livro "Carmela e Lorenzo". Rubens chegou à editora, através do movimento denominado
Clube dos Novos Autores, que constatou seu talento e pediu uma oportunidade
para ler, primeiramente, uma resenha vinda de lá, o que nos instigou a
curiosidade, decidindo, desta forma, pedir seu original para análise.
O autor tem um traço muito peculiar na escrita, pois expressa
genuinamente sua sensibilidade, dando vida aos personagens como se elas sempre
estivessem presentes na vida de quem lê seus escritos. Os detalhes e
caracterização da época e dados históricos estão presentes, assim como, sua
sintonia com seus personagens, como se íntimos dele, fossem, provando
assim, a dedicação e amor pelo o que faz.
Rubens Maciel Conedera nasceu na cidade de Pelotas,
Rio Grande do Sul, no dia 14 de junho de 1978. Vem da infância, o gosto pela
leitura e escrita, incentivado pelos pais e professores. Da infância a
adolescência, enchia cadernos e mais cadernos com HQs recheadas com muitas estórias
vividas por várias personagens. Quando
começou a estudar eletrotécnica em 1994, associou-se a uma biblioteca mantida
por uma instituição ligada as indústrias de sua cidade, onde começou a explorar
autores de obras de ficção mais maduras; assim como assuntos ligados a História
e esoterismo.
Apaixonado por História da Arte e História de
varias religiões, ingressou em 2010 no curso de Licenciatura Plena em História,
na UFPEL, onde entendeu o árduo processo de pesquisa para desenvolvimento de
uma obra, após encontrar dificuldades para escrever seu primeiro romance em
2009. No ano de 2011 Rubens foi
convidado a fazer parte do movimento coordenado pela autora Adriana Vargas,
chamado Clube dos Novos Autores, onde seu trabalho recebeu atenção e
projeção.
1
– Todo escritor tem uma história para contar de como foi seu primeiro contato
com o universo da leitura, primeiramente, e depois com a escrita definitiva de
um texto. Como foi que o desejo de ser escritor se apresentou para você?
R.C: Meu contato com livros começou
cedo. Meus pais, apesar da pouca escolaridade, sempre nos incentivaram, de
forma que minhas lembranças com livros vêm de muito cedo, os livros com poucos
textos e grandes figuras. Deste ponto em diante, ler Hq’s e revistas se tornou
um passatempo agradável, assim como as redações escolares que fluíam com
facilidade. Como desenho também, criar Hq’s foram com certeza foram minhas
primeiras “grandes criações”. O contato com autores mais maduros começou na
adolescência, de forma que mesmo sendo um técnico, nunca deixei de ler. Na empresa
que trabalhei até a pouco, quem atualizava o acervo da biblioteca para
funcionários era eu. A vontade de escrever na realidade ressurgiu em meados de
2008 e 2009, depois de ler um livro que eu achei muito ruim, sem qualidade, o
que me fez lembrar minhas estórias; pensei: “Se este livro foi publicado, acho
que tenho chances”. A ideia para uma estória já existia, foi só colocar em
pratica.
2
– Esse é seu terceiro livro, na verdade. Houve muito amadurecimento do escritor
Rubens nesse processo até conceber “Carmela e Lorenzo”? Quais fatores você
destacaria desse aprendizado, que no final, é constante, não é?
R.C: Sim, existiu um amadurecimento sim.
Hoje leio meus primeiros originais com carinho, mas penso: “Não acredito que
escrevi isto”; mas era o inicio. A leitura e o exercício da escrita em si nos
aprimoram mais e mais; de forma que devem ser exercícios constantes. Quanto
mais lemos e escrevemos, mais nos aprimoramos; e esperamos que a inspiração nos
visite.
3
– Seu processo de criação dos personagens principais envolveu um casal famoso
da Literatura Universal – Romeu e Julieta –
E você em momento algum esconde isso. Até que ponto a inspiração em
outros personagens e autores é, na sua opinião, um fator agregador positivo
para a obra?
R.C: Começo falando que nada vem do
nada. Sempre estamos sendo influenciados, por pessoas, meios e histórias. Seria
desonesto de minha parte não admitir que Romeu e Julieta me influenciou, ou
ainda Tristão e Isolda. A leitura de outras obras faz parte do processo de
criação e principalmente informação, pois o autor deve estar sempre atualizado,
ou no mínimo, informado sobre o que escreverá. Lendo, temos também a noção de
parâmetros, saberemos o que queremos ou não para a obra, em qual gênero nossa
escrita vai se encaixar. Ler grandes autores do passado para mim é na verdade
um fascínio, pois são obras que parecem sempre atuais, nos oferecendo nuances e
variações incríveis.
4
– Há alguma palavra que definiria seu processo de criação? Qual seria e de que
forma ela o reflete?
R.C: As palavras que definiriam a forma como crio seriam empatia e
amor. Empatia, por que procuro trocar de lugar com as personagens, o que muitas
vezes trás sofrimento. E amor por que procuro me dedicar as minhas obras com
afinco, procuro sempre dedicar tempo com pesquisa, já que meus três livros
possuem passagens históricas. O amor nos leva a fazer tudo com dedicação, desde
o trabalho até a forma que trato as pessoas que me cercam, das quais cuido,
zelo e me entrego.
5
– “Carmela e Lorenzo” tem um pouco de tudo: mistério, romance, aventura. Essa
diversidade de elementos é algo que você sempre se empenhe em apresentar sempre
em suas obras, ou isso vai do tipo de narrativa que sua mente esteja
desenvolvendo no momento?
R.C: Nos três livros que escrevi estes
elementos sempre estão presentes naturalmente. A quantidade de cada elemento
varia de obra para obra, mas sempre estão ali. O primeiro livro é um romance, o
segundo é mais dinâmico, rápido, com muita ação e mistério, pois é uma busca
cheia pistas a serem seguidas e decifradas. Em ambos existe o romance. Acho que
“Carmela e Lorenzo” não foge disto, mas é completamente diferente dos outros
dois. Acredito no Zodíaco, e acho que é uma marca do meu signo (Gêmeos) não
focar em uma coisa só, e isto se reflete em minhas obras.
6
– Estar entrevistando um autor da MODO e
não falar na Adriana Vargas é até um sacrilégio. E, eu sei que você tem todo um
carinho pelo CNA – Clube dos Novos Autores. Conta um pouco de como esses “dois”
entraram na sua vida e o que significou para você.
R.C: Só posso falar de “Carmela e
Lorenzo” como uma obra de verdade, publicada por uma editora, graças à Adriana
Vargas e ao CNA. Eu não tinha grandes pretensões quanto a este livro, apesar de
me esmerar para escrevê-lo. Recebi o convite da Adriana para fazer parte do CNA
em meados de julho de 2011, depois que a sinopse do livro chamou sua atenção.
Daí em diante, minha vida mudou radicalmente, pois a visibilidade que meu livro
alcançou foi incrível. Depois da resenha feita por Adriana e publicada no CNA,
as coisas aconteceram de forma muito rápida.
Adriana Vargas é de uma sensibilidade apuradíssima, e por sua resenha vi
que ela captou tudo que eu queria passar em minha obra. Adriana e o CNA são
marcos importantes em minha vida, passando a existir um “antes e depois” deles.
Minha gratidão é maior que o mundo. Ainda guardo a resenha feita por Adriana, e
a leio de vez em quando. Lembro do final, em que Adriana escreveu que a obra
era “digna de publicação, tranquilamente”. Então, através de Adriana e do CNA,
a MODO Editora Tradicional entrou em minha vida, avaliando o livro, aprovando
sua publicação, e tratando-o com um profissionalismo e respeito
impressionantes.
7 – Vou
deixar esse espaço para você dar um gostinho de “Carmela e Lorenzo” para o
leitor, e uma dica para aquele autor iniciante que está te lendo nesse momento.
R.C: Este é um trecho do livro, da pág. 38:
- Não demore, Carmela, vamos jantar em poucos minutos.
- Já vou
senhora, faltam poucas tigelas! – respondi, voltando a lavar as tigelas em um
barril de água, que ficava nos fundos da capela. A estradinha da propriedade
que circundava a capela era ladeada por árvores, a chamada 'macchia
mediterrânea', e por belos pinhais, reforçando as belezas daquela região. A luz
da lua não penetrava ali, projetando uma sombra pesada sobre a estrada. Eu
ouvia as criaturas dos bosques, pássaros e insetos que tocavam juntos a
sinfonia noturna da natureza, de forma intrincada, mas estranhamente harmônica.
Ouvi passos que se aproximavam, e olhei em direção ao limite entre a luz
prateada da lua e as sombras das árvores, que pareciam engolir a estrada. O som
dos passos ficava mais alto, e eu forcei meus olhos mais uma vez, tentando
enxergar quem se aproximava. Terminei de lavar a tigela, e olhei para a
estrada, desta vez vendo um homem caminhando em minha direção, saindo das
sombras.
- Quem é você? – gritei, sem ouvir resposta.
Fiquei
assustada, peguei todas as tigelas em meus braços e corri em direção à casa que
ocupávamos, logo após a capela. O homem era muito rápido, parecia querer me
alcançar. Acelerei meus passos, tentando segurar as tigelas. Olhei para trás e
o homem já ensaiava correr, aterrorizando-me. Corri o máximo que consegui e
comecei a chorar. A distância, antes curta, parecia agora gigantesca, como se o
pânico a aumentasse, ou tornasse meus passos menores. As sapatilhas baixas que
me calçavam ficaram pelo caminho, e os tecidos do velho vestido que eu usava
para trabalhar pareciam tentáculos segurando meus tornozelos. Eu pouco
enxergava o caminho a minha frente, a escuridão e os galhos das árvores
pareciam conspirar contra minha fuga, como se quisessem que o estranho me
alcançasse. A uma certa distância da casa gritei desesperada, agora ouvindo a
respiração do estranho em minhas costas. Senti dedos frios em minha nuca, e
quando arqueei o corpo tentando me esquivar de meu perseguidor, tropecei em uma
pedra e cai no chão. Ouvir as tigelas de louça quebrarem era o que menos me
preocupava no momento. Ele tinha me alcançado, eu estava caída e indefesa
diante de um malfeitor, sem ninguém por perto.
Tenho a dizer ao autor iniciante, que nossos sonhos
são o que temos de mais importante. Uma vez meu pai me falou: “Nunca deixe
ninguém te influenciar, corra atrás do que quer”.
Corram atrás de seus sonhos, pois eles se tornarão realidade.
Cuide de sua obra com carinho, pois o leitor merece nosso respeito, e só
daremos isto a ele com textos de qualidade, inovando. Devemos lembrar, que nem
todos gostarão do que escrevemos, e mesmo com negativas, não desista, persista,
pois livros são mágicos, e possuem um poder enorme.
Agradeço a Roxane pelo convite, foi um prazer falar um
pouco sobre meu trabalho!!
Rubens,
obrigada pelo carinho, em nome do Eu ♥ Livros, e muito sucesso para ti e sua
obra “Carmela e Lorenzo”.
Para comprar o livro, acesse:
Em breve queridos trarei a resenha desse livro, assim como "Oitavo Pecado" Da Adriana Vargas Aguiar que estou doida para devorar **.**
Merry Meet!!
Lembrando que dia 28/07 estarei prestigiando o site Novos Escritores na Nobel do Norte Shopping aqui no Rio de Janeiro, e não se esqueçam da Promo de Immortales rolando até dia 31/08!
Beijokas
Roxane Norris
0 comentários:
Postar um comentário
- Agradecemos a leitura do post e adoraríamos saber a sua opinião.
- Responderemos o seu comentário aqui mesmo.
- Comentários ofensivos/preconceituosos serão deletados.