Título Original: "House".
Autores: Frank Peretti e Tedd Dekker.
Ano: 2007.
Número de Páginas: 297.
Editora: Thomas Nelson Brasil.
Edição: 1ª Edição.
Tradução: Marcelo Barbão.
A única maneira de vencer é perder, a única maneira de sair é entrar
Quando estava na livraria buscando por algo novo, acabei me deparando com este livro. A capa me atraiu, a sinopse muito mais e a premissa de ter uma boa história de terror me agradava muito, no entanto, acabei me decepcionando. No início, a história apresenta um enredo interessante, personagens curiosos e as expectativas só aumentam a cada página.
No hotel, o casal se depara com outro casal, que acabou tendo o mesmo destino deles: se perdeu no meio do caminho e acabou parando ali. Coincidência? Bom, como se trata de uma história de terror, sabemos que não. A pequena família, dona da hospedaria, surge aos poucos e aparentemente do nada. A mãe e o pai são personagens sádicos e ao mesmo tempo hilários. O filho, a princípio, estúpido e idiota, chega a ser o personagem mais engraçado de todos. No entanto, as primeiras impressões são destruídas conforme a história avança. Os personagens são muito bem trabalhados - em especial o filho da família - e com o passar do tempo, chegamos até a torcer para que algum deles sobrevivam e que outros realmente morram.
Mas a verdadeira história começa quando um serial killer prende todos na casa e deixa para eles uma garrafa com três regras que aparentemente não fazem sentido algum.
Bem vindos à minha casa.
Regras
1. Deus veio até a minha casa e eu o matei.
2. Vou matar qualquer um que entrar na minha casa como matei Deus.
3. Se vocês me oferecerem um corpo, deixarei dois escaparem.
O jogo acaba ao amanhecer...
A história prossegue com os personagens se dividindo, já que alguns querem levar as regras - principalmente a terceira - à risca, enquanto outros preferem busca por uma saída lógica e uma alternativa que vá deixar todos vivos.
Até esse ponto, não há problemas. No entanto, quando o porão é apresentado, ficamos totalmente desorientados. As descrições do porão - que mais parece um outro mundo - são muito falhas. É difícil saber em qual quarto do porão os personagens estão quando existem milhares de portas e corredores percorrendo todo o subterrâneo da casa. Em certos momentos, cheguei a pensar que os personagens estavam perdidos em um esgoto, quando na verdade era um comprido corredor com correntes de ar e água. Bom, não tenho culpa, certo?
Para piorar a situação, a casa parece ter vida própria. Elementos sobrenaturais que são inseridos na história do meio para o fim, acabam destruindo todo o enredo que seria magnífico, se fosse apenas um jogo de um psicopata com sete ratos presos em uma casa. Os cômodos da casa mudam de posição; o que antes estava ali não está mais; as escadas que levavam até a saída acabam levando os personagens de volta ao ponto de partida... Ou seja: todos os personagens acabam presos dentro do porão e não sabem como sair. A loucura começa a tomar conta de todos os "inocentes", enquanto os "assassinos" buscam por eles.
Uma estranha garota também aparece no meio da história para complicar a situação. Fantasmas (zumbis, ou seja lá o que forem) aparecem repentinamente na história levando tudo a ruína. E o serial killer, antes muito atraente por usar uma máscara de ferro parece um demônio se teletransportando pelos cômodos do porão.
Não é um livro muito bom. Como havia dito, se não fosse pelos elementos sobrenaturais que não fazem sentido algum, a história seria fantástica. No entanto, tais elementos estão presentes na história, o que faz com que ela seja totalmente um fiasco. Não pelo fato da presença de tais elementos em si, mas pela falta de trabalho por parte dos autores em relação aos mesmos.
Uma fumaça negra surge do nada; a casa produz ruídos que parecem ensurdecer; uma garota que ninguém sabe quem é aparece e desaparece quando bem entende; e o psicopata parece convocar um exército de fantasmas para perseguir suas vítimas, na tentativa de forçá-los a se matarem, como a terceira regra do jogo sugere.
O final do livro acaba fazendo com que o mesmo pareça mais um livro de auto-ajuda do que, de fato, uma história de terror. No entanto, não posso classificar o livro como ruim, devido ao fato de que os personagens são muito bem construídos e os capítulos iniciais (até antes do sobrenatural surgir) são muito bem trabalhados. Não é uma leitura que eu recomendaria, mas para aqueles que tiverem interessados, não têm nada a perder.
6 comentários:
Parece bom *-*
Super fofo seu blog, sou viciada em livros :)
Já estou seguindo. Também tenho um:
http://andressaetc.blogspot.com/
Se curtir segue, beijos :*
Este é o meu livro predileto (obviamente, depois de "as crônicas de gelo e fogo"), os personagens são muito bem feitos, possuem uma personalidade, de certa forma, complexa; e o ambiente é incomparável. Até hoje, não consegui encontrar uma obra do gênero tão boa quanto!
O mais interessante é a dificuldade de compreensão da história, pois é necessário que haja muito interesse e muita concentração para conseguir entender a historia e o sentido dos acontecimentos!
Livro interessantíssimo! Uma pena q vc não compreendeu. Os autores são cristãos e o livro é classificado como ficção-cristã.! Por isso q parece auto-ajuda, mas não é.Um dos autores(Frank) sempre trabalhou em seus livros com esses personagens sobrenaturais, e neste tb não podia faltar. A menina é um anjo e o psicopata um demonio com certeza! Tb tem o filme deste livro!
Eu entendi muito bem que a menina era um anjo e o psicopata um demônio. Não sabia que era classificado como ficção-cristã, mas acho que isso não desculpa a inconsistência da história. Porque, uma coisa é ter uma ficção coerente (e MESMO no sobrenatural, é preciso haver uma certa coerência), e o livro peca MUITO nesse quesito, como comentei na resenha (com os elementos sobrenaturais "jogados a esmo" e a bagunça que é o porão). E o fato da menina (mesmo sendo um anjo) ser simplesmente "jogada" no meio da história, sem explicação alguma, é algo muito falho (na minha opinião, pelo menos). Mas hei, não há como agradar gregos e troianos.
Eu concordo que é difícil compreender a história, porque eu, pelo menos, achei uma ZONA aquele porão. Fiquei totalmente desorientado com aquele mundo de quartos e tudo mudando de posição o tempo todo.
É, parece ótimo.
Postar um comentário
- Agradecemos a leitura do post e adoraríamos saber a sua opinião.
- Responderemos o seu comentário aqui mesmo.
- Comentários ofensivos/preconceituosos serão deletados.