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Eu ♥ Resenhas: Sombras da Noite - 3


Salve, salve!
E estamos na penúltima parte da resenha de Sombras da Noite! Depois destes, só - ou seria ainda? - teremos mais cinco contos!
Vamos lá?


Primavera Vermelha: Nesse conto, um jovem universitário narra a respeito de misteriosos assassinatos no campus de sua faculdade, cometidos por aquele que chamam “Jack Salto-de-Molas”, sempre encoberto pelo nevoeiro da primavera vermelha, evento atípico que acontece uma vez a cada dez anos, mais ou menos.
O conto inspira muito a imaginação, especialmente quando o título, mesclado a narrativa, torna o enredo tão instigante. O cenário, o campus de uma universidade, traz um clima de suspense inquietante e é possível caminhar pelas sombras, entre os prédios e gramados, com a incrível sensação de se estar sendo observado.
Incrível como todo final de história desse livro é tenso. E digníssimo. E tenso.
“Caminhei até perto da meia noite, até ficar coberto de umidade, e passei por muitas sombras, ouvi muitos passos ecoando sonhadoramente pelas aleias sinuosas. Quem pode dizer que uma daquelas sombras não era o homem ou a coisa que veio a ser conhecida como Jack Salto-de-Molas? Eu não, pois passei por muitas sombras no nevoeiro, mas não vi rosto algum."

O Ressalto: Outra história que eu releio sempre. Aqui, um professor de tênis de um clube local, sr. Norris, se apaixona pela mulher de um homem velho e poderoso, Cressner, e com quem mantém um caso. Quando Cressner descobre, Norris e Márcia (a esposa do velho que muito me pareceu um mafioso) armam de fugir juntos.
 O conto começa com Cressner e Norris conversando no apartamento de luxo do primeiro, um encontro de “cavalheiros” por assim dizer. E é onde o antagonista faz uma proposta a Norris. Se ele aceitar dar a volta no parapeito do prédio que fica a 43 andares do chão, ganha uma grande quantia em dinheiro e pode ficar com a esposa dele. Se não...
Esse conto ganha pelo mesmo motivo do anterior, mas com um ambiente de suspense muito mais forte. A trama toda se desenvolve baseada nas sensações que é capaz de causar ao leitor enquanto acompanha a trajetória de Norris em sua missão.
Coração disparado e respiração descompassada são uma constante durante a leitura.
Minha maior paixão pelos contos desse livro é que não tem final piegas. Bom e velho horror do início ao fim.
-Então você é um tenista profissional – disse ele. – Acho que nunca tinha visto um antes.
-Quer dizer que os seus detetives não tiraram nenhuma fotografia?
-Ah, sim, tiraram – ele gesticulou negligentemente com a piteira. – Fizeram até um filme em câmera lenta de vocês dois no Motel Bayside. Havia uma câmera atrás do espelho. Mas as fotografias raramente são fiéis a realidade, não é mesmo?
-Se você diz.”

O Homem do Cortador de Grama: Enredo simples, história surpreendente. Um homem contrata os serviços de uma empresa para aparar a grama de seu quintal. Até aí parece uma coisa muito cotidiana e comum. E é mesmo. Justamente este motivo, torna esta história tão chocante.
Aqui não há muito que eu possa comentar sem acabar revelando parte essencial do enredo e o que gosto nesse conto é justamente o ar grotesco e obsceno que ele traz – quem leu ou vier a ler, vai saber exatamente da cena que falo quando se deparar com ela.
Absolutamente chocante.
Em meados de Julho, o gramado parecia mais uma campina do que o quintal de uma casa de subúrbio, e Jack Castonmeyer começara a fazer todo tipo de piada extremamente sem graça, a maioria delas aludindo ao preço do feno e da alfafa. E Jenny, a filha de 4 anos de idade de Don Smith, começara a se esconder ali quando havia mingau de aveia no café da manhã ou espinafre no jantar.”

Ex-Fumantes Ltda: Conta a história de Dick Morrison, um fumante que depois de algum tempo, reencontra um velho conhecido em um aeroporto. Os dois conversam e Dick fica sabendo quão bem este colega está e que sua vida mudou completamente - para melhor - depois que parou de fumar, graças a uma empresa chamada Ex-Fumantes Ltda. e seu método único de parar com o vício. Dick resolve tentar.
Mal sabia ele...
História vale muito a pena! Para quem prestar atenção, vai ter um pequeno ponto no início que é relembrado no final de forma espetacular!
EX-FUMANTES LTDA.
237  East 47th Street
Nova York, N.Y. 10017

1 Tratamento $2500.00
Orientador (Victor Donnati) $2500.00
Eletricidade $0.50
Total (favor pagar esta importância) $5000.50.”

Eu Sei do que Você Precisa: Conta a história de Elizabeth, uma jovem que estava estudando para as provas finais – com medo de perder a bolsa caso seja reprovada – quando um jovem misterioso aparece, afirmando saber do que ela precisa.
Uma casquinha de morango com duas bolas.
Esse conto acerta em vários aspectos, indo além do terror propriamente dito.
Edward Jackson Hammer Junior, o rapaz que encontra Beth na biblioteca da faculdade, foge ao estereótipo clássico de jovens universitários sedutores: Ele é magrelo, desengonçado, usa roupas sem combinação alguma e óculos enormes.
Ponto forte, visto que o clichê rapaz lindo sedutor misterioso que todas querem e só a protagonista consegue ter já está passado e na minha opinião, obsoleto. Ed Hammer conquista Elizabeth por realmente saber tudo o que ela precisa. Seja um sorvete de morango, anotações exatas sobre a prova na qual ela precisa ser aprovada ou um ombro amigo quando ela mais precisa desabafar. É quase como se ele fosse perfeito.
Perfeito demais.
Gosto de todo o clima da trama, revelando personagens passíveis de erros e pensamentos nada lisonjeiros que revelam a verdadeira essência humana, egoísta em momentos que nos deixaria envergonhados admitir.
Edward é um personagem extremamente carismático, destarte o enredo e a forma como ele é abordado mais ao final. Incita a pena, a compaixão e até mesmo, a compreensão visto tudo que passou em sua vida. Será que ele é mesmo tão condenável assim?
Texto para reflexões, incluindo a respeito de relações destrutivas e obsessivas, mostrando-as como realmente são: venenosas e perigosas. E não é só porque os envolvidos não enxergam ou acreditam nisso, que deixa de ser verdade.
Começou a chorar novamente, e ficou um pouco abalada com a força inesperada daquele choro. Então ele a abraçou, e então tudo ficou bem.”


Meus queridos, foi isso! Se você ainda não leu as outras partes da resenha, pode encontrá-las aqui: parte 1 e parte 2.
Terminamos o terceiro quarto de Sombras da noite e fechamos quinze contos hoje! Mais cinco e encerramos o livro (: O que estão achando? Qual conto você ficou mais instigado a ler?
Me conte nos comentários e não se esqueça de cobrir os pés a noite para se proteger daquela mão cadavérica escondida no escuro, debaixo da cama.

Boas leituras e um beijo da Heavy.

Eu ♥ Mestres Literários: Rubem Fonseca

Salve, salve!

E então, como vão vocês? Espero que todos cheios de livros pra ler!
Andei meio em falta com o blog essas duas últimas semanas, mas a faculdade começou a apertar e eu tenho dois artigos para escrever, além das provas pra estudar, o grupo de pesquisa, o estágio... Enfim, eu sei que não é desculpa, mas espero que possam entender que não é sempre, mas só durante alguns períodos do semestre (:
De toda forma, hoje estou aqui para falar de um grande mestre, dessa vez brasileiríssimo! Em clima de patriotismo, eu trouxe para a coluna do blog um dos mais consagrados escritores brasileiros de todos os tempos: Rubem Fonseca.

José Rubem Fonseca

José Rubem Fonseca nasceu em 11 de Maio de 1925, na cidade de Juiz de Fora, em Minas Gerais. Aos oito anos ele se mudou para o Rio de Janeiro, onde se graduou em Ciências Jurídicas e Sociais pela Universidade do Brasil, hoje Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
A literatura não foi seu primeiro ofício e antes de se dedicar integralmente a escrita, ele foi comissário de polícia, no 16º Distrito em São Cristóvão, ainda no Rio de Janeiro, até fevereiro de 1958, quando foi exonerado, após seis anos na força policial.
Obra Mandrake
Ele não fazia muito o trabalho nas ruas, atuando mais na área de relações públicas da polícia, em serviços internos. Por ser um exímio aluno da academia, recebeu a oportunidade juntamente com nove colegas policiais – em Julho de 1954 – de estudar nos Estados Unidos. A essa altura, ainda não havia no mestre nenhum viés que acusasse sua veia literária.
No exterior ele estudou Administração e Comunicação nas universidades de Nova York e de Boston e de volta ao Brasil, começou a lecionar na Fundação Getúlio Vargas. Após seu trabalho como policial, ainda teve uma breve estadia na Light, antes de voltar-se integralmente a escrita e literatura.
Seu tempo na polícia e sua grande capacidade de percepção acerca da psicologia humana acabaram influenciando seus trabalhos: Tema constante das obras de Rubem Fonseca são os marginalizados, ladrões, prostitutas, policiais e todos os outros personagens que vivem à margem da sociedade. Violência explícita e o alto teor de sexualidade também estão presentes em seus contos e livros, demonstrados claramente por meio de uma linguagem direta e sem floreios. Por essas razões, ficou conhecido como o precursor de um estilo chamado, em 1975, de “brutalista”.
Uma grande observação a ser feita sobre o seu trabalho é a falta de moral de seus personagens: Sejam eles assassinos profissionais ou executivos corruptos, não há culpa ou remorso em suas ações, não importa quão mal acarretaram. A dualidade entre o herói e o vilão existe, mas pode ser uma tarefa difícil determiná-los visto que o autor consegue fazê-los fugir ao clichê de extremos claramente opostos. Os mocinhos possuem defeitos e distinguem-se dos “caras maus” por ainda terem algum sentimento de justiça e igualdade que os move contra a maré de violência que domina as ruas nos enredos de Fonseca.
Marcos Palmeira como Mandrake.
Um de seus personagens mais notórios é o advogado Mandrake. Atualmente vivido pelo ator Marcos Palmeira e sob a direção do filho do próprio Rubem Fonseca numa séria do canal HBO, o criminalista é especializado em casos de extorsão e exemplifica perfeitamente o que é fato presente nas obras que inspiraram a série: convive com os extremos da sociedade carioca, de prostitutas a executivos, sempre tentando achar o melhor jeito de ajudar seus clientes – e claro, tirar o melhor proveito disso. Cínico, irônico, mulherengo e desprovido de código moral, Mandrake não é somente um ícone da literatura como também personifica o trabalho fantástico de Fonseca ao retratar a índole humana.
Em 1967 chegou a escrever críticas cinematográficas para a revista Veja, tendo também recebido prêmios louváveis por seus roteiros para o cinema, como o Coruja de Ouro por Relatório de um Homem Casado (dirigido por Flávio Tambelini) e o Kikito de Ouro por Stelinha (direção de Miguel Faria) no Festival de Cinema de Gramado.
Outros prêmios que merecem destaque especial são o Prêmio Jabuti de Literatura, o mais importante prêmio literário do Brasil, que o autor recebeu nas categorias: Contos, Crônicas e Novelas, Romance e Literatura Infantil; e o Prêmio Camões, em 2003, que é considerado o mais importante prêmio para autores da língua portuguesa, por sua contribuição para a literatura no conjunto de sua obra.
O autor é muito reservado quanto a sua vida particular e não há muitos registros de aparições suas, tampouco é figura presente na mídia. Quem o conhece, afirma que é uma pessoa extremamente afável, bem humorada e modesta, tendo o respeito não apenas de seus familiares e amigos, como também de todos os admiradores de seu trabalho.
Atualmente aos 88 anos, é viúvo de Théa Maud e pai de três filhos: Maria Beatriz, José Alberto e o diretor cinematográfico (inclusive da série Mandrake) José Henrique Fonseca.




E esse foi o Mestres dessa semana! Espero que tenham gostado! E aí, quem já leu alguma obra do autor? Particularmente, as minhas favoritas são Mandrake e Pequenas Criaturas, ambas da Cia. das Letras. As duas estão na minha lista de livros para resenhar ainda esse ano! (:

Me contem suas opiniões sobre o Mestres dessa semana e o que estão achando da coluna em geral (: Qual autor você gostaria de ver por aqui? Me fala nos comentários!

Até a próxima!

Boas leituras e um beijo da heavy.

Eu ♥ Resenhas: Youkai - Roxane Norris

Sinopse

Heilel é um jovem anjo da guarda que tem sua história mudada duplamente num único momento. No dia em que ascende ao cargo de confiança mais alto do Renkai - o plano do julgamento - acaba tendo uma difícil decisão nas mãos: manter sua lealdade a Deus ou salvar sua protegida - uma alma suicida por quem ele cria um vínculo afetivo. Ciente de suas responsabilidades, e não vendo outra saída, ele abidica da honraria e entrega sua alma em troca da dela ao Diabo, que vem exigir pessoalmente seus despojos sobre o julgo. Todavia, a presença de Lúcifer no Renkai não é uma mera coincidência e Heilel - agora nominado Akuma e vivendo no plano terrestre como um Youkai - irá descobrir que há muito mais por trás de uma simples barganha, e que tanto Deus como o Diabo estão envolvidos numa aposta cujo o desfecho pode exigir um preço ainda maior de si mesmo.


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Devo dizer que me senti amedrontada em escrever essa resenha. Youkai é um livro muito importante para mim e vê-lo sendo publicado traz uma emoção que poucas pessoas entendem. Além, é claro, da linda e maravilhosa dedicatória com o meu nome que me fez chorar por pelo menos meia hora a fio. Youkai é o segundo livro do amor da minha vida, Roxane Norris, que mais uma vez arrasou ao escolher o tema de seu romance. 

O livro conta a história de um anjo da guarda que se vê obrigado a fazer uma escolha que, inicialmente, ele pensa ter a ver apenas com ele mesmo, mas que na realidade, envolve um jogo entre Deus e do Diabo pelas almas humanas. 

Heiliel é um anjo da guarda que demonstra grande apreço por sua protegida, Hanya, uma humana de alma sofrida que, por conta das intempéries da vida acaba cometendo suicídio. Isto acontece quando ele é obrigado a deixá-la para assumir um cargo de confiança ao lado Deus e é este fato que o obriga a fazer a tal escolha: Salvar a alma de Hanya de ir para o inferno em troca da sua, ou salvar a si mesmo permanecendo no céu enquanto a essência da mulher por quem se apaixonou sofre em agonia por toda a eternidade nos tártaros do demônio. Heiliel faz sua escolha sem pestanejar, salvando a alma de Hanya e descendo ao inferno, passa a ser chamado de Akuma.

Algum tempo depois, nos vemos no ano de 2006, Akuma alcançou o cargo de confiança do demônio e vive na terra como um Youkai. Tornou-se um grande empresário com uma grande fortuna, mas mesmo depois de tantos anos Akuma nunca foi capaz de esquecer o amor que sentia por Hanya. Porém, enquanto ele pensava que estava tudo bem, o jogo começa novamente entre Deus e o Diabo e mais uma vez, ele parece ser o ponto de ebulição entre as duas apostas. A alma de Hanya volta a encarnar na terra trazendo com ela novamente escolhas que somente ele poderá fazer.

Aí você pensa: “Tudo bem, ele vai encontrar ela e ser feliz para sempre.”

Errado. Duas mulheres cruzam o caminho de Akuma. Duas mulheres diferentes, mas com semelhanças visíveis com o amor de seu passado.

Tudo começa com Carine. Uma camareira empregada em seu hotel de luxo. Cabelos e gestos que o lembram quase imediatamente de Hanya. Ele se deixa envolver pela doçura e carisma e tudo parece bem até que é a vez de Aine.

Uma adolescente bela e de vida sofrida. Aine é filha de um empresário crápula que a explora para manter seus negócios em alta, deixando que seus clientes a “usem” quase como bem entendem. Ela é noiva de Akuma desde bebê, quando ele prometeu a sua mãe que a protegeria das atrocidades cometidas pelo pai.

Ele se vê envolvido demais com Carine e aposta quase todas as suas fichas de que ela é a reencarnação de sua Hanya porém, não entende como a menina Aine não lhe sai da cabeça.
As coisas mudam quando um velho inimigo resolve aparecer no colégio de Aine. Miguel é o anjo mais próximo de Deus, porém está longe de ser o cara mais bonzinho. Ele não se esqueceu de sua rixa com Akuma e agora que a alma de Hanya está em jogo outra vez, ele vai fazer de tudo para ficar ao lado dela e atrapalhar a cofiança depositada em Akuma.

Mas Heiliel ainda deve fazer uma escolha. Ele deve escolher entre as duas jovens: uma o levará novamente para as graças de Deus, a outra o manterá dentro do inferno.

Agora me digam qual delas você gostaria que fosse a escolhida?

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Youkai é uma obra sensacional, de linguagem simples e que prende totalmente a atenção. Em apenas quatro dias eu o li por inteiro e confesso que fiquei com um gostinho de quero mais gigantesco. Mas com um protagonista como Akuma e um rival como Miguel fica quase impossível não desejar que este livro tenha uma continuação.

Ainda tem os demais personagem que cativam a cada linha lida, como as excêntricas e maravilhosas aparições de Lúcifer, as pequenas participações de Gabriel e as próprias falas de Deus que exprimem uma visão bonita Daquele que a tudo rege.

Ao meu ver este é mais um dos maravilhosos livros que a Rô nos deu de presente e, graças a Deus, sei que virão muitos mais tão maravilhosos quanto este.

Youkai será lançado no dia 22-06-2013 no evento Identidade Literária em São Paulo. Deixo aqui minha invejinha das pessoas que vão poder estar lá para prestigiar este dia tão  importante.




Você pode saber mais sobre o evento neste link

Aqui você pode descobrir mais sobre o livro, a autora e seus trabalhos:

Página de Youkai no Facebook.

Youkai no Skoob.

Encontre Roxane no site oficial.

E também no Facebook.


Deixo pra vocês o BookTrailer para dar uma aguinha na boca <3





Um beijo a todos e preparem-se para Youkai!

Eu ♥ Lançamentos: Novo Conceito - Bruxos e Bruxas

E o mistério foi revelado: Bruxos e Bruxas de James Patterson e Gabrielle Charbonnet é a mais nova saga que será lançada pela editora mais fofa do Brasil. 

Quem acompanha a editora nas redes sociais acabou se envolvendo com a campanha gigantesca e genial de marketing que fizeram para este livro. Como não ter sua curiosidade despertada depois disso? 

  Os Kits  



E gente, não é puxa-saquismo não, eu realmente acho que em questão de marketing e cuidado com os livros, não tem editora como a Novo Conceito. Os book trailers são lindos e o trabalho dos originais é impecável. Material de qualidade e preços acessíveis. Mal posso esperar pra começar a ler o livro, hahahahah, porém a vida me fez suspender minha vida de leitora de ficção por uns tempos. O negócio agora é ler artigos técnicos e livros relacionados a minha função e minha linha de pesquisa na faculdade, fora o material da monitoria. Ufa! Essa vida de gente grande e universitária não é nada mole. Por isso estou devendo resenhas e leituras, mas isso fica em outro post.

Vamos falar de Bruxos e Bruxas então?

SINOPSE: É como entrar em um pesadelo. Do nada, você é retirado de sua casa, preso, e acusado de bruxaria. Parece século 17, mas é o governo da Nova Ordem, e está acontecendo agora! Sob a ideologia da Nova Ordem, O Único Que É O Único mantém seu poder à força, sem música, nem internet, nem livros, arte ou beleza. E ter menos de 18 anos já é motivo suficiente para que você seja suspeito de conspiração. Os irmãos Allgood estão encarcerapdos nesse pesadelo e, para escapar desse mundo de opressão e medo, terão que contar um com o outro e aprender a usar a magia.Do autor best-seller James Patterson, Bruxos e Bruxas é uma saga para se ler... antes que seja tarde.
Um livro eletrizante e que promete conquistar todos os fans de fantasia, especialmente de bruxos. Sem falar no universo distópico por trás de toda essa aventura.

E, olhem só, reparem na capa do livro. Dentro do B existem alguns rostos. Grande trabalho do capista, um arraso.

Meu conselho? Leia antes que a Nova ordem pegue você também.
O lançamento oficial será no dia 22/06. Não fique de fora dessa ;)

Para os sortudos, um dos kits será sorteado aqui no Blog. Fique ligado.



Beijinhos,


Julliana.

Eu ♥ Nyah: Dos sites para as livrarias


 Autores que iniciaram sua carreira com fanfictions



Na primeira parte dessa coluna eu fiz uma leve revisão referente ao mundo das fanfictions, como surgiu esse conceito que conhecemos hoje em dia. Claro que um assunto é tão extenso não seria facilmente descrito em apenas uma única postagem. Mesmo porque, nós temos tempo para desbravar esse universo.
As fanfictions estão cada vez mais em ascensão. Para algumas pessoas, esse é o pontapé inicial para sua carreia como escritor. E é sobre isso que irei falar hoje.
Alguns escrevem fanfictions pela diversão, brincadeira e descompromisso. Tem aqueles que sequer se dão ao trabalho de fazer uma obra mais elaborada, porque segundo eles “não vou publicar mesmo”. Quantas vezes já li essa afirmação no Nyah! Fanfiction.... perdi as contas. Mas o interessante é que existem pessoas que utilizam as fanfictions como uma ferramenta de aprendizagem. Escrever uma história com vários capítulos nos dá aquele gostinho de como é ser um escritor de verdade. Passar horas pesquisando na internet assuntos referente a profissão do personagem, países e culturas diferentes. Já aprendi muitas coisas lendo histórias e também já ajudei a corrigir alguns fatos equivocados. Eu mesma já recebi muitas críticas construtivas ajudando na elaboração das minhas histórias. Sabemos que ler é a ferramenta mais poderosa que temos em mãos, afinal, o conhecimento molda quem somos.

Muito tem se falado depois do lançamento do livro Fifty Shades of Grey, da escritora E.L. James. Eu não vou entrar em detalhes de gosto literário, ou a minha opinião sobre o conteúdo do livro. Mas especificamente sobre como ele surgiu: O que um dia foi uma fanfiction, passou a ser real e impresso. 
Ela não foi a única que teve esse sonho realizado, muitos outros escritores de fanfiction conseguiram e conquistaram de vez o seu espaço nas prateleiras das livrarias, com suas fanfictions publicadas, ou com novas histórias escritas.
Em breve será lançado o filme Os instrumentos Mortais – A cidade dos ossos, adaptação da saga escrita pela autora Cassandra Clare. Ela iniciou no mundo das fanfictions escrevendo famosas histórias de Harry Potter. Pesquisei as histórias na internet, e pelo que vi, ela retirou da web. Porém, em alguns lugares ainda se encontra uma ou outra pessoa que tem salvo as fanfictions. Mas eu não tive interesse de ler, diferente dos livros, que eu acompanho ansiosa a continuação.
Também existem outros casos, como Babi Dewet, escritora de fanfictions de Harry Potter e bandas como McFly. Lançou o livro Sábado a Noite, relançado pela Editora Évora.
Temos o caso de Emily Baker, uma jovem de 16 anos que, apaixonada por One Direction, teve a sua fanfiction publicada pela editora Penguim. O livro chama-se Loving the Band e já foi lançado no Brasil.
Eu tentei entrar em contato com a Glaucia Santos, escritora de fanfictions da Saga Crepúsculo, que lançou um livro chamado Para Sempre, e já tem mais um no forno. Mas até o momento não consegui o contato, mas estou interessada em saber mais sobre o processo de criação de suas histórias, e assim que conseguir, passarei para vocês.
Não podemos deixar de falar da equipe que faz parte desse blog, que também tem um pé (mão, braço e pernas) no mundo das fanfictions.
Eu sei, eu sei, ainda há uma extensa lista de escritores e livros que deveriam rechear esse texto, sem dúvida, eu não os esqueci. Existem ainda outros exemplos a serem dados. Tantos outros que ainda não foram descobertos, pessoas com talentos, que merecem uma chance de mostrar o seu trabalho. E mesmo que seja um caminho difícil a ser conquistado, tenho certeza que veremos muitas obras lançadas pelas mãos de quem iniciou escrevendo fanfictions. Porque, afinal de contas, nós também somos escritores.


Links interessantes:
Cassandra Clare: site oficial (inglês)
Babi Dewet: site oficial (português)
Glaucia Santos: site oficial (português)
Loving the band: Site Skoob (português)


Onde me encontrar:
Nyah! Fanfiction: Kori Hime
Twitter: @Felacio

Eu ♥ Mestres Literários: Gabriel García Márquez

Salve, salve!

Whatsup? Pois é, hoje é o terceiro dia do mês maaaais legal do ano! Não só porque o inverno está aí como também porque eu faço aniversário daqui lindos dezoito dias.

Mas não é isso o que interessa e sim o mestre da semana. O escolhido de hoje não é apenas um escritor fantástico, como também um ser humano admirável. Ele representou uma nação que em sua época, vivia uma rígida ditadura que o deixou em situações muito difíceis quando trabalhava como correspondente em Paris para um jornal que foi fechado pelo governo, transmitiu ao mundo sentimentos por meio de obras que para sempre serão o legado de um homem que aos oitenta e seis anos, deixou saudades para todos os fãs quando em 2012 foi anunciada sua aposentadoria.

My little monsters: Gabriel García Márquez.

Gabriel José de la Concordia García Márquez


Gabo, como é carinhosamente conhecido, nasceu em 6 de Março de 1927 em Aracataca, na Colômbia. Foi criado desde bebê pelos avós maternos até os nove anos de idade, quando seu avô faleceu e ele foi viver com os pais, Gabriel Eligio García e de Luisa Santiaga Márquez, e dez irmãos em Barranquilla, para onde eles tinham se mudado logo após seus nascimento.

Como não teve muito contato com os pais em seus primeiros anos de vida, suas maiores influências foram os avós e seu convívio com eles viriam a repercutir em toda a sua vida posterior, incluindo em sua escrita e visão de mundo. O avô, também conhecido como “O Coronel”, um veterano da Guerra dos Mil Dias, tinha um posicionamento liberal e era considerado um herói pelos liberalistas colombianos. Uma das lições que Nicolás Ricardo Márquez Mejía ensinou ao neto foi o tamanho da responsabilidade sobre a vida de um homem, referindo-se ao peso que se carrega ao matar uma pessoa. Também era um bom contador de histórias e Gabo referia-se a ele como seu elo com a história e a realidade.

Sua avó, Dona Tranquilina Iguarán, influenciou sua escrita concedendo o tom mágico e fantasioso através de sua forma única de contar histórias, não importando quão extraordinárias fossem, relatando-as como se fossem a mais irrefutável verdade. O jeito com que ela, nas palavras do autor “tratava o maravilhoso como se fosse algo natural” viria a influenciar o trabalho do neto – em sua forma mais evidente, na obra Cem Anos de Solidão.

Em 1947, aos vinte anos, ele foi para Bogotá onde começa a estudar Direito, mas nunca chegou a concluir o curso. Em 1948, foi para Cartagena onde começou a trabalhar como jornalista e até 1949, escreveu para o jornal El Universal. Em 1950 ele retornou a Barranquila e começou a trabalhar para o El Heraldo, um jornal local. Foi ali que Gabo ingressou para um grupo informal de escritores e jornalistas, chamado Barranquila Group, onde foi motivado e inspirou-se para começar sua carreira literária. Nesse período, entrou em contato com o trabalho de diversos outros autores que influenciaram sua escrita e o ambiente no qual vivia lhe permitiu assimilar conhecimento e perspectiva da cultura caribenha, muito presente em suas obras.

Em 1955, escrevia para o El Espectador quando publicou uma série de catorze artigos na qual falava sobre um acidente ocorrido com um navio da marinha colombiana. Segundo a nota oficial dada sobre o naufrágio, a embarcação teria afundado devido a uma tempestade e o marinheiro sobrevivente era um herói. Entretanto, Márquez contrapôs essa ideia afirmando que o navio na verdade teria afundado por estar carregando cargas contrabandeadas que tinham se soltado no convés. Contou a história através de entrevistas que fez com o jovem sobrevivente, causando controvérsia e polêmica quanto a sua versão dos fatos. Mais tarde esse trabalho seria publicado como um livro intitulado Relato de um Náufrago.

Com isso, acabou sendo mandado para trabalhar como correspondente na Europa – neste período a Colômbia vivia sob o governo militar do general Gustavo Rojas Pinilla. Retornou a Barranquila apenas em 1958, quando se casou com Mercedes Barcha, sua esposa até hoje.

Os dois ainda viajaram de ônibus por todo o sul dos Estados Unidos, antes de se estabelecerem no México. A essa altura, eles já tinham seu primeiro filho, Rodrigo García. Em 1962, o segundo e último filho do casal, Gonzalo García, nasceu na cidade do México.


Obras e Prêmio Nobel

A lista de obras do autor é longa, contando com mais de vinte escritos, entre novelas, romances e artigos não ficcionais. Adepto do estilo realismo mágico – que consiste em misturar elementos mágicos e extraordinários a situações que de outra forma, seriam comuns e cotidianas – foi ele o responsável pela popularização do estilo na América Latina, principalmente. Seu grande mestre foi o norte-americano William Faulkner, também o motivo pelo qual Gabo quis conhecer o sul dos Estados Unidos: os lugares haviam inspirado a escrita de Faulkner.

Sua obra Cem Anos de Solidão foi publicada em 1967 e é considerada por muitos como sua obra-prima. Desde jovem, Gabo queria escrever uma história baseada em seus avós e o livro conta a trajetória da família Buendía na cidade fictícia de Macondo, acompanhando-os desde sua fundação até sete gerações depois. Traduzido em mais de trinta idiomas e contando mais de vinte milhões de cópias ao redor do mundo, Cem Anos de Solidão é tido como um marco da literatura latina. Entretanto, o próprio autor não entendia o sucesso estrondoso da obra afirmando que o romance tinha um pouco de piada e vários sinais para amigos próximos, ressaltando que alguns críticos simplesmente não percebiam isso e acabavam caindo no risco de se fazerem de tolos.

Depois da publicação de Cem Anos, Gabo retornou a Europa com sua família onde viveu por mais sete anos.

Em 1982, ganhou o Prêmio Nobel de Literatura “por seus romances e contos, em que o fantástico e o real são combinados em um mundo ricamente composto de imaginação, refletindo a vida e os conflitos de um continente.”.

Outros trabalhos notáveis que ganharam grande reconhecimento – principalmente no Brasil – foram O Amor nos Tempos do Cólera e Memórias de Minhas Putas Tristes. O primeiro, foi inspirado no amor dos pais de Gabo, uma vez que quando eram jovens, seu avô "O Coronel", não gostava de Gabriel Eligio, seu pai, que tinha fama de ser um grande mulherengo conquistador. Entretanto, o rapaz fazia serenatas e declarações para dona Luisa e isso só fortaleceu o sentimento entre ambos. Finalmente, ganharam a benção dos pais da jovem e uniram-se em um casamento que em 1927, traria Gabo ao mundo.


Aposentadoria e dias atuais.

A mais recente novidade é sua biografia em forma de quadrinhos que será lançada no Brasil pela Editora Record, quando já foi publicada na Espanha em Março deste ano. O título do HQ é “Gabo – Memorias de una Vida Magica” e conta a vida do autor de forma a retratar o ser humano por trás do ícone, aproximando-o ainda mais de seus fãs. A obra tem o roteiro de Óscar Pantoja e ilustrações de Miguel Bustos, Felipe Camargo, Tatiana Córdoba e Julián Naranjo. Ainda não há previsão para a publicação aqui, mas vamos todos torcer para que seja breve!

Em 2002, Márquez lançou sua autobiografia “Viver para contar” (Vivir para Contarla título original em espanhol) que havia começado a escrever três anos antes, quando tinha sido diagnosticado com câncer linfático. O autor fez tratamento com quimioterapia e o procedimento sabidamente agressivo veio a trazer consequências posteriores. Em 2000, um poema foi atribuído a sua pessoa, como sendo uma “despedida” aos familiares e amigos. Na época, muitos rumores circulavam a respeito de seu estado de saúde e “estado terminal”, então o texto intitulado “La Marioneta” logo ganhou repercussão e centenas de pessoas se comoveram, espalhando ainda mais o escrito que na verdade, seria de autoria de um ventríloquo que trabalha no México, John Welch, para o seu boneco Mofles.

A primeira publicação teria sido feita pelo jornal La Republica, juntamente com a notícia de que o autor encontrava-se em estado terminal do câncer linfático contra o qual lutava há um ano. Se de fato isso aconteceu, não encontrei fontes confiáveis o bastante para afirmar com certeza. Mas o texto nunca foi de autoria de Gabo que se manifestou sobre o acontecido e desmentiu ambas as notícias: “La Marioneta” não era uma obra sua e ele não estava em estado terminal. Confirmou, entretanto, que estava fazendo tratamento para câncer.

Em 2009, cinco anos após a publicação de Memórias de Minhas Putas Tristes, Carmem Balcells, sua agente, afirmou para o jornal chileno La Tercera que o autor dificilmente voltaria a escrever, o que foi corroborado por seu biógrafo Gerald Martin.¹ Uma semana depois, o próprio Gabriel contrariou os comentários, afirmando ao jornal El Tiempo que “Não apenas não é verdade [que não voltaria a escrever] como a única coisa que eu faço é escrever”. ²

Infelizmente, a felicidade dos fãs do ganhador do prêmio Nobel não durou muito. A expectativa por um novo livro terminou em Julho de 2012, quando o irmão do autor, Jaime García Márquez, declarou a um grupo de estudantes em Cartagena, que o autor sofria de demência senil.

A doença, degenerativa, causa a perda de memória, mudanças de humor e personalidade, podendo também dificultar a capacidade de se pensar com clareza. Jaime Márquez confirmou que essa condição não é incomum em sua família e que a quimioterapia feita contra o câncer havia destruído muito de seus neurônios e células e que isso acelerou o processo, além de explicar que o assunto foi mantido em sigilo para respeitar a vida particular do autor.

Com essa revelação, foi tornada pública a “aposentadoria” de Gabo por um motivo que ia além de seu desejo e paixão pela escrita. Não seria possível para ele escrever, devido a sua doença, nem mesmo a segunda parte de Viver para Contar.³  “Infelizmente acho que não será possível, mas tomara que eu esteja errado.” Afirmou Jaime que também disse que o irmão está bem fisicamente, destarte os problemas de memória e que apesar de tudo, todos se sentem felizes porque ainda tem seu ente querido.

"Mas ainda temos ele, podemos falar com ele com muita alegria e com muito entusiasmo, como sempre foi." – Jaime García Márquez


Atualmente, Gabo vive no México com sua família e em seu último aniversário, quando completou 86 anos, parecia feliz e sorridente ao sair para pegar um ramalhete de rosas amarelas, sua cor favorita.



Bom, meus monstrinhos... Foi isso.

Escrever sobre autores que admiramos pode parecer fácil, mas não é. Um dos meus primeiros livros foi Cem Anos de Solidão e eu não sei mensurar o quanto García Márquez influenciou meu gosto literário e meu próprio estilo de escrita. A notícia de sua aposentadoria já não é recente (data de Julho de 2012), mas o impacto que teve em mim e em todos os fãs, como também na comunidade de leitores afora, foi forte. Eu já acompanhava a carreira do autor desde os catorze anos quando em 2009, vieram as notícias sobre ele não escrever mais e nem sei dizer o quanto me aliviou quando ele próprio disse que “não somente não é verdade, como a única coisa que eu faço é escrever.”.

Então a notícia de sua doença e aposentadoria foi não somente dolorosa, como inesperada, ao menos para mim. Trouxe uma névoa densa e obscura de impotência e lamento por ver uma das maiores mentes do século vinte sofrendo os efeitos de uma doença que não lhe permitia mais as próprias memórias.

É triste saber que a probabilidade de que Viver para Contar tenha sua continuação é mínima. Por mais tolo que possa parecer, eu ainda mantenho aquela fagulha de esperança que todo fã tem, de que Gabo volte a escrever. Que ele nos traga mais da magia que ninguém discorre tão bem.

Entretanto, mesmo que o tempo tente levar as lembranças de nosso querido Gabito, jamais vai poder apagar seu legado, deixado não apenas na forma de seus livros, como também nas contribuições que fez à literatura e a um mundo que só pode lhe dizer um singelo obrigado.


Por tudo.


Um beijo da heavy e boas leituras.

Eu ♥ Resenhas: Sombras da Noite - 2


Salve, salve!

E sem perder tempo, vamos pra segunda parte das resenhas sobre Sombras da Noite, que é o que interessa.

O Bicho-Papão: Essa história. Ok, que criança nunca teve medo do bicho-papão? Ou do homem do saco, do chupa-cabra ou qualquer desses monstros que nos impediam de dormir quando éramos pirralhos? Na trama, um homem é assombrado por essa criatura dos contos de horror e procura a ajuda de um psicólogo para contar sua experiência com um ser que, no início, ele acreditava ser apenas uma invenção de seus filhos.

Trama muitíssimo bem trabalhada quando trata os medos “infantis” sendo retratados pelo ponto de vista de um homem adulto e, acima de tudo, cético, que acredita que seus filhos estão mentindo ou inventando coisas. Afinal, até aquele momento, para ele monstros não existiam. Ponto final.

melhor da trama é a construção narrativa que envolve a personagem: um pai de família de mentalidade arcaica que se vê confrontado com uma realidade que ele simplesmente jamais havia considerado. É compreensível, portanto, que ele tenha achado que seus filhos estavam mentindo, mesmo em vista de circunstâncias dramáticas.

Traz lembranças muito infantis dos nossos medos mais inocentes e que, aqui, Stephen King faz virar medo de adultos. Acreditem ou não, eu olhei pro meu guarda-roupas desconfiada na noite em que li esse conto, antes de dormir. Sério.

E o final é um integrante do meu top 5 de finais favoritos do livro.

“-Vim vê-lo porque quero contar minha história – dizia o homem no divã do dr. Harper.

O homem era Lester Billings, de Waterbury, Connecticut. De acordo com o histórico anotado pela enfermeira Vickers, tinha 28 anos, trabalhava numa firma industrial em Nova York, era divorciado e pai de três filhos. Todos falecidos.

-Não posso procurar um padre porque não sou católico. Não posso procurar um advogado porque nada do que eu fiz justificaria uma consulta. Tudo o que fiz foi matar meus filhos. Um de cada vez. Matei todos.”.


Massa Cinzenta: Eu adoro essa história e, particularmente, é uma das minhas preferidas.

Começa em um bar, onde um grupo de amigos está bebendo. Repentinamente, um garoto chamado Timmy, choroso, entra correndo no bar. O dono do lugar, Henry Parmalee, leva-o para os fundos e descobre que o pobre menino está em desespero porque, aparentemente, há algo errado com seu pai, Richie Grenadine – um homem aposentado por invalidez que gasta muito de sua pensão com cervejas.

Confesso que fiquei com muita pena do Timmy logo no início – e isso só se intensificou justificadamente ao longo do conto. Depois disso, Henry chama dois outros clientes que estavam no bar, Bertie e o protagonista que nos dá a visão da história, para ir checar o pai do garoto. O nome da personagem, que narra tudo em primeira pessoa, não é dito, ou, pelo menos, eu não vi ser citado em momento algum. Enquanto caminham até o pequeno apartamento de Richie em meio à neve e um vento congelante, Henry conta a eles o que Timmy lhe relatou... Algo horrendo, macabro. E real. Enquanto o grupo vai até o apartamento sujo, num prédio completamente abandonado, você se sente impelido a segui-los. O cheiro de podridão dentro do recinto é tão intenso que chega ser palpável. Sufocante.

Clima de mega tensão durante todo o conto. A visão dada pelo protagonista dos fatos narrados por Henry, que foram ditos a ele por Timmy, e alguns dos acréscimos que ele mesmo, o narrador, faz à história, são pontos muitíssimo interessantes. O final é deixado em aberto, então você pode imaginar o que aconteceu e o que vai acontecer dali pra frente. Já perdi as contas de quantas vezes reli esse conto.

O garoto disse que devia ter sido a cerveja – você sabe como, de vez em quando, aparece uma lata estragada. Choca ou cheirando mal, ou verde como as manchas de urina nas cuecas de um irlandês. Um sujeito uma vez me disse que só é preciso um buraquinho de nada para deixar entrar bactérias que fazem coisas bastante estranhas. O buraco pode ser tão pequeno que a cerveja mal se derrama, mas as bactérias conseguem entrar. E cerveja é um bom alimento para alguns desses bichos.”


Campo de Batalha: Nessa história, John Renshaw, um assassino de aluguel, recebe um pacote contendo soldadinhos de guerra com uma dedicatória suspeita. Brinquedos muito famosos nos EUA, conjuntos de infantaria são marcos da história da indústria de brinquedos americana (atualmente não tão famosos e feitos de plástico, ao contrário do que acontecia há dois ou três séculos, época em que eram feitos de chumbo). Mas esse, em particular... Pode não ser exatamente a melhor opção para dar de presente para o seu filho no Natal.

Eu digo o que já falei sobre os outros: é tenso e chocante. Quero dizer, você recebe um livro na sua casa e ele começa a te atacar, se jogar na sua cara e ameaça te cortar até a morte com as páginas. É muito surreal. Mas quando você abre a mente e pensa... “E se...?” O conto acerta na medida para te deixar com um gosto estranhamente ácido na boca ao olhar pros seus antigos brinquedos.

Apesar de ser um conto de suspense e ação mais do que terror propriamente dito, é muito gostoso de ler. Quem gosta de histórias de guerra vai curtir essa e reconhecer alguns traços da estratégia usada pelos soldadinhos! Muito legal mesmo!

“Ei, crianças! Especial neste Baú do Vietnã!
(Promoção por tempo limitado)
1 Lança-mísseis
20 Misséis terra-ar “Twister”
1 Arma Termonuclear (Modelo em Escala)”


Caminhões: Como seria o mundo se os automóveis criassem vida própria e se revoltassem contra os humanos? O que aconteceria se jatos, navios, carros, motos, tratores... Se cada um desses automotores não fosse mais suscetível ao nosso controle?

Um grupo de pessoas fica preso numa lanchonete à beira da estrada quando essa revolução dos automóveis começa. O conto narra os eventos que se arrastam e as pessoas em suas desesperadas tentativas de sobreviver enquanto esperam que algo aconteça para se vejam livres daquela realidade.

Ótimas cenas de morte; há um trecho em particular que eu adoro. É quando um certo personagem que todos julgavam morto começa a gritar do lado de fora, pedindo ajuda; é meio da noite e ninguém o ouve, exceto o personagem principal e uma garota. Ela diz que eles precisam ir ajudá-lo, mas o personagem principal pergunta a ela se estaria disposta a abraçar a possibilidade de que o próprio namorado fosse lá fora para resgatar o pobre homem e acabasse morrendo na tentativa. A menina simplesmente arregala os olhos e afirma que também não ouviu nada. Abraça o namorado e volta a dormir. O homem grita por horas, até silenciar.

Isso demonstra um lado não muito lisonjeiro dos seres humanos, mas extremamente real. Quem estaria disposto, realmente, a enfrentar a morte para tentar salvar alguém que mal conhece? Quem, de fato, numa situação daquelas, estaria disposto a arriscar? Gosto especialmente dessa parte pela reflexão que ela traz.

E eu confesso, o último parágrafo me fez sentir um ser humano bem pequenino, perto das catástrofes que podem acontecer.

“O cozinheiro já está cambaleando um pouco. Também é um cara velho. Tenho de acordar a garota.

Dois aviões deixam rastros prateados no horizonte que vai escurecendo, a leste.

Gostaria de poder acreditar que há pessoas a bordo.”


Às Vezes Eles Voltam: História tensa que tem magia negra. Sério.

Um professor reencontra, já adulto, a gangue de marginais que causaram um evento trágico em sua vida quando ele era criança e que parecem ter voltado para atormentá-lo. Dessa vez, contudo, ele está decidido a não ser mais um garoto com medo dos mesmos fantasmas que o infernizaram há tantos anos.

Clima de super-tensão e agonia. Eu quase queria pular as páginas para saber como é que ia acabar, fora o fato de que é possível vislumbrar, no desenrolar da trama, a transição da personagem de um homem quase apático e assustado para outro mais decidido, moldado especialmente pela dor de um acontecimento. Essa mudança é essencial para o final e o arco narrativo é muito bem fechado e trabalhado.

Excelente para quem gosta de histórias com ritual, demônios e cenas de mutilação.

“Ele veio pela calçada, segurando a pasta nova numa das mãos e quatro livros didáticos na outra. Ela podia ver o título na capa do que estava por cima – Introdução à Gramática. Pôs as mãos em seu ombro e perguntou:

-Como foi?

E ele sorriu.


Mas naquela noite, ele voltou a ter o velho sonho pela primeira vez em muito tempo, e acordou suando, com um grito preso na garganta.”


Bom galera, essa foi a segunda parte da resenha de Sombras da Noite. Se você ainda não leu a primeira parte, pode conferir aqui.

Até a próxima!

Um beijo da heavy e boas leituras.
 
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