Salve, salve!
E então, como vão vocês? Espero que todos cheios de livros pra ler!
Andei
meio em falta com o blog essas duas últimas semanas, mas a faculdade começou a
apertar e eu tenho dois artigos para escrever, além das provas pra estudar, o
grupo de pesquisa, o estágio... Enfim, eu sei que não é desculpa, mas espero que possam
entender que não é sempre, mas só durante alguns períodos do semestre (:
De
toda forma, hoje estou aqui para falar de um grande mestre, dessa vez
brasileiríssimo! Em clima de patriotismo, eu trouxe para a coluna do blog um
dos mais consagrados escritores brasileiros de todos os tempos: Rubem Fonseca.
José Rubem Fonseca |
José
Rubem Fonseca nasceu em 11 de Maio de 1925, na cidade de Juiz de Fora, em Minas
Gerais. Aos oito anos ele se mudou para o Rio de Janeiro, onde se graduou em
Ciências Jurídicas e Sociais pela Universidade do Brasil, hoje Universidade
Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
A
literatura não foi seu primeiro ofício e antes de se dedicar integralmente a
escrita, ele foi comissário de polícia, no 16º Distrito em São Cristóvão, ainda
no Rio de Janeiro, até fevereiro de 1958, quando foi exonerado, após seis anos
na força policial.
Obra Mandrake |
Ele
não fazia muito o trabalho nas ruas, atuando mais na área de relações públicas
da polícia, em serviços internos. Por ser um exímio aluno da academia, recebeu
a oportunidade juntamente com nove colegas policiais – em Julho de 1954 – de
estudar nos Estados Unidos. A essa altura, ainda não havia no mestre nenhum
viés que acusasse sua veia literária.
No
exterior ele estudou Administração e Comunicação nas universidades de Nova York
e de Boston e de volta ao Brasil, começou a lecionar na Fundação Getúlio Vargas.
Após seu trabalho como policial, ainda teve uma breve estadia na Light, antes
de voltar-se integralmente a escrita e literatura.
Seu
tempo na polícia e sua grande capacidade de percepção acerca da psicologia
humana acabaram influenciando seus trabalhos: Tema constante das obras de Rubem
Fonseca são os marginalizados, ladrões, prostitutas, policiais e todos os
outros personagens que vivem à margem da sociedade. Violência explícita e o
alto teor de sexualidade também estão presentes em seus contos e livros,
demonstrados claramente por meio de uma linguagem direta e sem floreios. Por
essas razões, ficou conhecido como o precursor de um estilo chamado, em 1975,
de “brutalista”.
Uma
grande observação a ser feita sobre o seu trabalho é a falta de moral de seus
personagens: Sejam eles assassinos profissionais ou executivos corruptos, não
há culpa ou remorso em suas ações, não importa quão mal acarretaram. A
dualidade entre o herói e o vilão existe, mas pode ser uma tarefa difícil
determiná-los visto que o autor consegue fazê-los fugir ao clichê de extremos
claramente opostos. Os mocinhos possuem defeitos e distinguem-se dos “caras
maus” por ainda terem algum sentimento de justiça e igualdade que os move
contra a maré de violência que domina as ruas nos enredos de Fonseca.
Marcos Palmeira como Mandrake. |
Um
de seus personagens mais notórios é o advogado Mandrake. Atualmente vivido pelo
ator Marcos Palmeira e sob a direção do filho do próprio Rubem Fonseca numa
séria do canal HBO, o criminalista é especializado em casos de extorsão e
exemplifica perfeitamente o que é fato presente nas obras que inspiraram a
série: convive com os extremos da sociedade carioca, de prostitutas a
executivos, sempre tentando achar o melhor jeito de ajudar seus clientes – e
claro, tirar o melhor proveito disso. Cínico, irônico, mulherengo e desprovido
de código moral, Mandrake não é somente um ícone da literatura como também
personifica o trabalho fantástico de Fonseca ao retratar a índole humana.
Em
1967 chegou a escrever críticas cinematográficas para a revista Veja, tendo
também recebido prêmios louváveis por seus roteiros para o cinema, como o
Coruja de Ouro por Relatório de um Homem Casado (dirigido por Flávio Tambelini)
e o Kikito de Ouro por Stelinha (direção de Miguel Faria) no Festival de Cinema
de Gramado.
Outros
prêmios que merecem destaque especial são o Prêmio Jabuti de Literatura, o mais
importante prêmio literário do Brasil, que o autor recebeu nas categorias:
Contos, Crônicas e Novelas, Romance e Literatura Infantil; e o Prêmio Camões,
em 2003, que é considerado o mais importante prêmio para autores da língua
portuguesa, por sua contribuição para a literatura no conjunto de sua obra.
O
autor é muito reservado quanto a sua vida particular e não há muitos registros
de aparições suas, tampouco é figura presente na mídia. Quem o conhece, afirma
que é uma pessoa extremamente afável, bem humorada e modesta, tendo o respeito
não apenas de seus familiares e amigos, como também de todos os admiradores de
seu trabalho.
Atualmente aos 88 anos, é viúvo de Théa Maud e pai de três filhos: Maria Beatriz, José Alberto e o diretor
cinematográfico (inclusive da série Mandrake) José Henrique Fonseca.
E esse foi o Mestres dessa semana! Espero que tenham gostado! E aí, quem já leu alguma obra do autor? Particularmente, as minhas favoritas são Mandrake e Pequenas Criaturas, ambas da Cia. das Letras. As duas estão na minha lista de livros para resenhar ainda esse ano! (:
Me contem suas opiniões sobre o Mestres dessa semana e o que estão achando da coluna em geral (: Qual autor você gostaria de ver por aqui? Me fala nos comentários!
Até a próxima!
Boas leituras e um beijo da heavy.
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