Quote de Quinta #1

Buenos dias, compañeros.

Não, não vá embora! Você não entrou no blog errado, rs. Então, eu estava falando que iria fazer um post com quotes que eu achei louváveis durante a leitura de algum livro. O livro da semana é Hell da Lolita Pille e apesar de várias passagens mal escritas, o livro possui umas reflexões, momentos e frases muito bons. Eu ia falar bacanas, mas quem além de mim fala "bacana" hoje em dia?



Mas vamos ao que interessa. Alguns eu escolhi pelo significado da passagem, por mostrar a natureza selvagem dos personagem, o quote abaixo é justamente isso. Um em que Hell desnuda parte de seu passado vulgar para Andrea numa mesa de bar.


"Mostro pra ele com um movimento de cabeça todos os meus antigos companheiros de sacanagem... Aquele ali me comeu. E aquele lá, e aquele outro, e aquele... De ressaca, suruba às dez horas da manhã, orgia de dez gramas de pó; exagero, chego quase a inventar. Ele permanece impassível. Termina a garrafa e pede uma outra. Quando chega o café, já estou completamente bêbada." (pág. 105)
Não quis escolher a primeira frase de Hell no livro. Todos já conhecem ela falando que é uma putinha, daquelas mais desprezíveis. Então eu quis trazer algo novo de Hell, coisas que me conquistaram além a primeira passagem do livro.
"Estou ajoelhada, dobrada em dois, e vomito sem condições de parar os meus excessos desta noite e da vida de sempre e emporcalho meu vestido Lolita Lempicka de imundices sórdidas, e o silêncio pesado de deglutições atrozes. E ele esguicha como num pesadelo, ponho pra fora litros de vodca, litros de champanhe, minhas ilusões perdidas, os fantasmas que me assombram, e tudo espirra no asfalto negro com um ruído de explosão líquida e suja que repercute na minha cabeça como a sentença fatal da minha indignidade." (pág. 115)
E mais uma vez ela se arrepende das mesmas coisas que faz quase todas às noites.

"Nós representamos a comédia da vida, mas estamos mais mortos do que vivos. Cadáveres animados." (pág. 117)




"No meu coração estúpido, a estupidez canta estourando a garganta" (pág. 121)
 Pois é, a partir da página 100 o livro fica muito mais interessante. Na verdade, quando o Andrea aparece as coisas melhoram significantemente.

"As suas pequeninas agressões mesquinhas  são como facadas na água... você é como uma criança que se machucou e que tenta empurrar os amiguinhos no cercado de areia para que eles também se machuquem..." (pág. 134)
Ah, se eu pudesse citar todo o capítulo onze. O capítulo da apresentação de Andrea... Mas não posso. Vocês me matariam.


"Sou Jovem, Bonito, Rico e lúcido. E este é o detalhe que põe tudo a perder. (...) Sou um artista e minha obra sou Eu. (...)" (pág 139 e 140)
"Eu sacaneio o mundo porque o odeio. Eu o odeio por ele não ser o que eu gostaria que fosse. Sou um idealista que preza valores obsoletos: a coragem, a abnegação e a glória. Minha vida é uma busca por objetivos que não mais existem, meus antepassados eram heróis, eu não passo de um filhinho de papai, um rebelde sem causa, vou morrer num acidente com o Porsche ou numa overdose, quando na verdade gostaria de morrer em combate. Combater o quê? Num mundo onde Deus é o Sucesso Social, e as pessoas só são salvas no cinema. Busco em vão em cada rosto uma fagulha de poesia, busco entusiasmo nos discursos, busco ideais, ou pelo menos idéias, mas as pessoas passam ao largo, elas andam apressadas, mal-vestidas, os olhos esvaziados por preocupações. Não posso fazer nada por elas. Não posso fazer nada por ninguém." (pág 145 e 146)
 Andrea é de longe meu personagem favorito nesse palco da degradação humana que encontramos em Hell. Ele é como se fosse ela, só que mais são, mais maduro e um pouco mais coerente.
"Se os ricos não são felizes, é porque a felicidade não existe" (pág. 173).
Eu continuo pensando que eles devem estar gastando nas lojas ou coisas erradas, ai, ai... Estou sempre aceitando doações, hein!? (Só pra não esquecerem, vai que...)

Enfim, não quero me prolongar. Hell é isso. É esse desespero para fugir do vazio da vida, da mediocridade humana e de fugir dos próprios demônios. Acho que dá pra ver nos quotes que eu selecionei. Não escolhi algumas passagens por ser muito longas e tentei evitar spoilers que podem atrapalhar a leitura. Espero que tenham gostado e se deixado intoxicar pela violência de Hell.

Deixo vocês com a música que a todo o momento é citada pela personagem (nem tão personagem assim) de Pille.

1 comentários:

Marina disse...

Que legal! Eu adoro música francesa! Eu tava querendo ler esse livro antes pelo que vi da Resenha, mas agora rsrsrsrsrs. Preciso dele.

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