Desejados da Semana ~ #3

O último filme que tive o prazer de ver foi "Memórias de uma Gueixa", obviamente uma adaptação cinematográfica do best-seller de mesmo nome. De fato o filme estava na minha lista de filmes para ver faz bastante tempo, mas só anteontem que tive tempo para vê-lo. Meu interesse pelo filme aumentou quando descobri que John Williams fez a trilha sonora, eu costumo gostar muito das trilhas sonoras que ele faz.  E, bem, arrependo-me de não tê-lo visto antes, com toda a certeza um dos melhores filmes que já vi e está agora entre os meus favoritos. E, bem, se o filme conseguiu tocar-me com toda a delicadeza e sensibilidade, acho que o livro conseguirá obter muito mais de mim. Um filme de drama que consegue ser sensível e nos tocar várias vezes, além de nos fazer refletir sobre várias questões.

Enfim, apesar de ser dirigido por Rob Marshall (que eu não morro de amores), eu gostei bastante do filme e não tenho muito que reclamar, só confesso que achei estranho o fato dos atores falarem inglês, teria ficado melhor se eles falassem o próprio japonês, mas até a metade do filme esqueci-me desse fato. Apesar das inúmeras críticas que o filme recebeu, tanto negativas como positivas, não mudou o fato do filme ter me agradado bastante e também não diminuiu minha vontade de ler o livro. Além do que vale lembrar que o filme é adaptação de um livro escrito por um ocidental, logo, não esperem que seja completamente fiel as tradições e costumes japoneses, mas acho que eles se esforçaram bastante, uma vez que não colocaram no elenco do filme nenhum artista ocidental (pelo menos que eu lembre).
"Memórias de uma Gueixa" é um romance fascinante, para ser lido de várias maneiras: como um mergulho na tradicional cultura japonesa, ou um romance sobre a sexualidade, e ainda, como uma descrição minuciosa da alma de uma mulher já apresentada por um homem. Seu relato tem início numa vila pobre de pescadores, em 1929, onde a menina de nove anos é tirada de casa e vendida como escrava. Pouco a pouco, vamos acompanhar sua transformação pelas artes da dança e da música, do vestuário e da maquilagem; e a educação para detalhes como a maneira de servir saquê revelando apenas um ponto do lado interno do pulso - armas e mais armas para as batalhas pela atenção dos homens. Mas a Segunda Guerra Mundial força o fechamento das casas de gueixas e Sayuri vê-se forçada a se reinventar em outros termos, em outras paisagens.

Não posso dizer que o filme ou o livro retrataram perfeitamente a história e a tradição das gueixas porque não conheço profundamente o tema, mas a forma como foi contada me agradou e gostei de todos os personagens. O filme mostra que as Gueixas não são prostitutas, como costumam achar, mas sim artistas. Mulheres que estudaram por bastante tempo para entreter homens. Elas cantam, dançam, servem bebidas e etc, mas não vendem seu corpo como fazem as meretrizes.

O que me leva a outro livro, outro que parece ser mais confiável no quesito de conhecer o misterioso mundo das Gueixas.
Em “Minha vida como uma gueixa”, Iwasaki revela desde o rigoroso treinamento das gueixas - que, no seu caso, incluiu até a sua adoção por um estabelecimento comercial, o que a tirou de sua família aos 3 anos -, até elas decidirem se aposentar. Durante sua carreira, Mineko conviveu com os homens mais ricos e poderosos do Japão e também personalidades mundiais como a rainha Elizabeth, o príncipe Charles, o diretor de cinema Elia Kazan, entre muitos outros nomes famosos que ela entreteu nas noites de Kyoto.
“As gueixas não são prostitutas. Não vendem seu corpo, mas sua arte.” Esse é o principal recado que Mineko Iwasaki, a gueixa mais famosa do Japão, dá ao mundo. Sentindo-se ofendida pelo modo como seu universo foi retratado em Memórias de uma Gueixa, primeiramente no livro e agora com o filme, ela resolveu ir aos tribunais norte-americanos processar Arthur Golden, autor da história, por difamação, quebra de contrato e violação de direitos autorais. E mais: resolveu dar sua própria versão para os fatos, escrevendo como realmente vive uma gueixa. O resultado é “Minha vida como gueixa - a verdadeira história de Mineko Iwasaki”, escrito em parceria com a jornalista americana Rande Brown e lançado agora no Brasil, pela Editora JBC. Além do texto rico em descrições detalhadas, o livro traz várias fotos históricas do universo das gueixas.  
 Mal posso esperar para ler ambos, contudo talvez prefira ler primeiro "Memórias de uma Gueixa" e depois o outro para poder, durante a leitura, fazer comparações entre os dois e poder compreender o motivo que levou Iwasaki se sentir ofendida. Enfim, de qualquer maneira, acho que vale à pena a leitura.

0 comentários:

Postar um comentário

- Agradecemos a leitura do post e adoraríamos saber a sua opinião.
- Responderemos o seu comentário aqui mesmo.
- Comentários ofensivos/preconceituosos serão deletados.

 
Eu ♥ Livros © 2010 | Designed by Chica Blogger | Back to top