Eu ♥ Filmes #1~

Confesso que relutei para criar essa postagem aqui no blog. Por quê? Porque apesar de eu amar filmes, não conseguia pensar em uma forma legal de abordar a temática. Mas hoje resolvi escrever a respeito de dois filmes que eu já assisti há alguns dias e que roubaram minhas palavras. Damas e cavalheiros, eu os apresentarei "O Cisne Negro" e "A Professora de Piano". Ok, do primeiro vocês já ouviram falar com toda a certeza, do segundo talvez. Mas mesmo assim, peço um minuto de vossa atenção para essas duas obras cinematográficas digníssimas.


Eu, particularmente, aprecio filmes com um teor mais sombrio e perturbador, por isso gosto tanto do cinema europeu e - de certa forma - até o asiático, porque eles se arriscam mais que os americanos, eles fazem filmes com um conteúdo bem melhor e menos vendido. Não sou especialista em cinema, mas digamos que sei apreciar um bom filme de verdade, então quaisquer que sejam as críticas apontadas aqui serão apontadas pelos olhos de uma amadora apaixonada pela arte cinematográfica.

Começando pelo filme "O Cisne Negro" que é relativamente mais leve e digerível, deve ser porque é americano, então por mais pesado que seja, não consegue ser tanto quanto um filme Europeu (como "A Professora de Piano" que vou falar a seguir) porque os americanos são muito pudorosos (e isso me lembra um outro filme que faz uma crítica maravilhosa ao "American way of life", mas vou me segurar para não comentar agora).

Em suma, O Cisne Negro conta a história de Nina, bailarina veterana de uma companhia de dança Nova-Iorquina, que deseja se tornar a "prima ballerina" da companhia. Só que no caminho de Nina está o ballet "O Lago dos Cisnes" de Tchaikovsky (gênio *-*). Para a Nina, viver Odette - cisne branco - é fácil uma vez que ela compartilha muitas similaridades com a personagem. O problema se encontra em Odilie - o cisne negro - que é completamente o oposto da bailarina e como a personagem de Portman é uma perfeccionista nata, essa falta de capacidade para dançar e compreender o cisne negro começa mexer com a mente dela, principalmente depois que aparece uma "concorrente" para o papel que consegue fazer o cisne negro perfeitamente. O interessante do filme se encontra em sabermos se a personagem está mesmo disputando esse papel com outra bailarina ou se tudo foi criado pela sua mente.

Uma das coisas que mais gostei no filme foi a desconstrução (se é que podemos dizer assim) que a personagem foi passando para conseguir absorver o cisne negro. O papel de Odile claramente violou a bailarina e a afetou bastante, digamos assim. No começo encontramos uma Nina frágil, doce, inocente e pueril que é submissa a todas as ordens da mãe, embora já seja uma adulta. E no decorrer do filme começamos a ver como o papel do Cisne Negro vai modificando e frustrando a protagonista tão perfeccionista, então, em vários momentos, conhecemos uma Nina completamente diferente. Eu já passei por coisa semelhante, não de forma tão violenta como no final, mas semelhante. O Cisne Negro teve cinco indicações ao Oscar, nada mais justo.

O que faz o filme ser tão mágico? Ver os dois lados de tudo. Como posso me fazer mais clara? Bem, podemos ver a magia do ballet e todo o sofrimento que as bailarinas passam, Nina especialmente que treina até a exaustão sempre para conseguir movimentos perfeitos. Vemos a duplicidade da personagem e a linha tênue entre obsessão e determinação.  Não entendo muito da parte técnica que constrói os filmes, mas posso dizer que a fotografia dessa obra ficou muito boa para os propósitos do filme, o tom mais escuro se faz adequado a narrativa lúgubre da personagem, além de dar ao filme o ar de suspense tão necessário nas histórias. A trilha sonora também é um arraso à parte, a música dos créditos é divina. Filme maravilhoso, vale com toda a certeza ir assistir no cinema.


Agora falando do filme "A Professora de Piano" que me fez ficar alguns dias sem saber quais palavras escolher para falar a respeito da obra e, na verdade, me fez fica matutando muito mais tempo sobre a mente humana que geralmente fico, me levando a seguinte questão: "Até onde vai o nível de perversão de uma pessoa?". Ao que me parece, o diretor austríaco Michael Haneke parece adorar abordar temáticas desse gênero (ainda não tive a oportunidade de ver "Violência Gratuita", mas já está na minha lista de filmes que preciso ver com urgência).

O filme nos apresenta uma personagem fria, dura e impassível que tem como seu compositor favorito Schubert (outro gênio divino), ótima pianista, mas ao invés de seguir com a carreira, permanece dando aulas e descontando suas frustrações em seus alunos. Apesar de já ter uma idade por volta dos 40, ainda vive com a mãe e as duas vivem uma relação extrema de amor-ódio, sendo que uma das primeiras cenas é uma briga em que elas se agridem de forma física e verbalmente para depois, calmas e chorosas, pedirem desculpas e se abraçarem de forma doce.

Porém, até nos seus momentos mais doces notamos a falta de vida que há na personagem da professora, não é porque a atriz seja ruim, completamente o contrário, a falta de expressões definidas em sua face é que torna a personagem tão genial. "Ora, tia Jú, mas nos filmes de Twilight eles são completamente inexpressivos e você os crítica!" Querido padawan, quando há uma verdadeira razão para a falta de expressões em um personagem e tudo o mais se justifica não há nem o que discutir. Apesar de não conseguirmos ver na face da personagem, conseguimos acompanhar os sentimentos dela com os pequenos gestos e olhares da atriz. Eis a diferença de um filme com uma boa atuação (e bons personagens), com um roteiro perfeitamente escrito e trabalhado e um que não possui nem um e nem outro. Enfim, espeto ter sido clara nessa diferença.

O filme se passa como se fosse o dia-a-dia de Erika Kohut - a professora de piano - e, aos poucos, vamos sendo violentados pela perversão da personagem. A mente de Erika é completamente auto-destrutiva, apesar de ela apresentar uma sobriedade elegante e distinta. Quando ela conhece Walter Klemmer que insiste em se tornar seu aluno e amante em potêncial é que a história começa a entrar em seus caminhos mais pesados. Afinal, tão logo começa a sedução entre os dois, começam também os jogos perversos arquitetados pela mente de Erika. Antes de tudo, Erika é uma voyeur (e masoquista também, pelo menos foi o que pareceu para mim) e quando não está brigando com a mãe ou dando aulas de piano, frequenta cinemas pornôs e coisas do gênero em busca de prazer, além de utilizar uma lâmina de barbear para cortar seu próprio sexo.


Entre cenas de tamanha violência, temos a execução lindas peças de piano que contrastam com  o horror que nos é apresentado. Uma das criticas que li que eu mais gostei a respeito do filme e que mais se pareceu com a minha opinião foi essa do Cineplayers. No mais, só posso dizer que o filme "A Professora de Piano" foi como um soco no estômago em mim, mas eu prefiro filmes que me deixam essa sensação a aqueles que parecem que eu perdi horas preciosas da minha vida assistindo. Gosto de filmes que instigam e mostram de forma nua e crua o que se passa dentro da mente humana, nos fazendo refletir a respeito de nós mesmos e da imoralidade que muitas vezes é preciso ser mascarada.

8 comentários:

Bookaholic World disse...

Eu estou louca para ver "Cisne Negro" *_*
Parece ser muito booom.
Não conhecia 'A Professora de Piano', mas vou dar uma olhada.

beeijos
Jéssica

Anônimo disse...

Eu to doooido pra ver cisne negro *---*
Apesar de que, se ela se transfomra num pato preto, não deve me assustar muito -q?



Mas a professora de piano me traumatiza antes mesmo de eu ter visto o filme Y____Y

Anônimo disse...

Mudando o comentario acima, a professora de piano não é ngm. Quase uma comédia -QQQQQQ?

Anônimo disse...

@Gabriel

Só porque eu te mostrei o top 7 de filmes mais doentios já feitos HAUAHUAHAUAH :D

It Cultura disse...

Cisne Negro é uma das grandes apostas para o Oscar e eu realmente torço por ele... Achei excelente, não somente a produção, como a interpretação impecável da Natalie!
*-* E para quem adora dança como eu, é um prato cheio... rsrs

Bjs,
Kel - It Cultura
http://www.itcultura.com

Anônimo disse...

Apesar de não ser uma grande fã de cinema, tenho vontade de assistir Cisne Negro depois de algumas resenhas que li sobre ele. (:
Beijão

Adri disse...

vc foi a primeira pessoa além de mim a comparar os dois filmes. acho cisne negro uma versão light (remake mesmo) de a professora de piano. só isso me decepcionou!

Karol (Blog Miss Carbono) disse...

"Eu já passei por coisa semelhante, não de forma tão violenta como no final, mas semelhante."
Dúvida: Você é bailarina?

Ótima resenha dos dois filmes. Não assisti a professora de piano mas pretendo, já que nos comentários estão comparando com Cisne Negro, meu mais novo filme favorito hehe

Acho que sou mais hollywoodana, a única coisa que gosto do cinema asiatico são os filmes de terror (que são melhores que os remakes americanos). Mas o resto...

Bom é só isso. Foi mal o comentário longo.

TEH MAIS

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