Eu ♥ Filmes #2~

Ooooi, pessoal! Eu sei que estou sumida, mas acho que já expliquei os motivos, não é? Faculdade, teatro, provas, trabalhos infernais, mudança... Enfim, por isso que eu estou um pouco desaparecida aqui no blog. Essa coluna vai sair todas às terças e, bem, espero que vocês curtam. Ela não é bem uma coluna nova, afinal já existe o "Eu ♥ Filmes #1". Ok, claro que existe, afinal esse é o segundo post a respeito. Mas vamos ao filme dessa semana que na verdade não é nem tão novo assim.

"Mary e Max - Uma Amizade Diferente" é um filme de stop-motion do ano de 2009, com roteiro e direção de ninguém menos que Adam Elliot, vencedor do Oscar de melhor curta com Harvey Krumpet em 2003. 


"Mary e Max"  conta a história da amizade entre uma garotinha australiana de 8 anos negligenciada pelos pais e que tem uma marca de nascença marrom na testa e um novaiorquino de 44. Max sofre de Síndrome de Asperger e a visão do mundo dele é demasiadamente caótica como ele mesmo diz, aliás, na visão de Max vemos tudo em preto-e-branco, já na visão de Mary temos o mundo em tons de marrom. Não há nada mais bonito do que quando as duas visões se misturam, mas isso será tratado mais a frente. 

Antes de mais nada, devo deixar claro que esse filme não é uma animação banal e feita para crianças e adultos se divertirem, assim como Harvey Krumpet, é uma animação para adultos e que nos faz refletir sobre vários aspectos da nossa vida.

Mary sofre bullying e a mãe vive bêbada, apesar de que Mary ache que ela está bebendo chá e que, bem, ela apenas pega as coisas emprestado. Furto? Imaginem! O pai também não lhe dá muita atenção, uma vez que quando não está no trabalho, passa grande parte do seu tempo trabalhando em seu hobby de empalhar aves, se não me engano.

Assim como Mary, Max também é bastante solitário e ambos não possuem amigos. Mary possui um galo de estimação, mas - sejamos sinceros - isso não é a mesma coisa.

Escolhendo um nome aleatório em uma lista de endereços dos Estados Unidos, Mary escreve uma carta para essa pessoa, apresentando-se e fazendo uma série de perguntas que, bem, todos nós fazemos quando somos pequenos. Se bem que eu nunca pensei que bebês pudessem vir de copos de cerveja, mas ok.

Mas não é uma animação apenas de drama, o diretor-roteirista conseguiu criar e dirigir o roteiro de uma forma explêndida. Há momentos em que rimos das situações irônicas e outros que, é claro, nos emocionam e nos fazem filosofar. 

Não tem como não se encontrar um pouco em Max e em Mary.

Os anos se passam e os personagens vão envelhecendo e a amizade, é claro, se fortalece. Mas nem tudo são flores, Mary se casa e durante a faculdade tenta estudar a síndrome de Max e até publica um livro a respeito, porém isso culmina numa briga entre os dois. Essa segunda parte, digamos assim, é muito mais densa que a primeira, passando por temas como ansiedade, suicídio, alcoolismo, morte e abandono.

É difícil descrever a forma como esse filme me tocou porque é um dos meus filmes favoritos, é como se todas as palavras me tivessem sido arrancadas porque o próprio filme diz tudo. A trilha sonora instrumental que acompanha as cenas é expetacular.

Basicamente o filme nos passa a mensagem dita na frase da escritora Ethel Mumford: “Deus nos dá familiares. Ainda bem que podemos escolher nossos amigos”. E tal frase é até citada no fim da animação.

Mary e Max é repleto de frases e metáforas geniais, uma das que eu mais gosto é dita pelo médico de Max, Dr Hazelhof: “a vida de todo mundo é como uma longa calçada. Algumas são bem pavimentadas, outras (…) têm fendas, cascas de banana e bitucas de cigarro”. Uma frase aparentemente simples, mas com um sentido demasiadamente profundo e real. Aliás, Mary e Max é baseado em fatos reais, segundo  Elliot (diretor e roteirista) é baseado na história da amizade entre ele e um amigo de correspondência novaiorquino.

E aí, o que está esperando para ver o filme? Espero que o filme consiga emocionar e tocar você tanto quanto fez comigo. E esse desejo não é uma espécie de vingança porque vinganças são ruins, é uma espécie de dádiva mesmo.

O trailer com legendas em Português (BR)

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