Eu ♥ Momentos Literários: Evento de Lançamentos Andross - 1ª Parte


Olá, amigo leitor! Você se lembra daquele evento respeitável da Andross para lançar suas novas antologias de contos? Aposto que sim. Adivinha quem estava lá? Se você pensou na nossa querida blogueira Roxane Norris, é claro que acertou, pois um texto dela está entre as excelentes histórias medievais narradas em Anno Domini – Volume II.  Porém, ela não foi a única blogueira do EuLivros presente nessa festa. Eu mesma fui ao evento dar um abraço na minha amiga, comprar livros da Andross por preços promocionais, e ainda gastei meu sotaque interiorano preparando entrevistas bacanas para o nosso blog. Entrevistas não, até porque não sou nenhuma repórter. Eu conversei bastante com o pessoal e vou passar para você um pouquinho desse bate papo. Tentei, principalmente, descobrir qual é o grande barato da experiência para os escritores que estavam tão felizes com seus lançamentos. Cada um deles tem uma razão particular para recomendar que todos que gostem de escrever aproveitem esse tipo de oportunidade. Quem sabe eles não te convencem a se tornar um colega escritor numa próxima antologia?


Diógenes Sobrinho



Anno Domini – Manuscritos Medievais - Volume II


 

Diógenes Sobrinho é professor de biologia, fotógrafo, fez mergulho, e agora escreve. Sua filha, Meline Hoch, e sua irmã, Roxane Norris, também estão entre os autores de Anno Domini - Volume II. Prova de que o talento é de família, não é?

EL - Diógenes, seu conto está em Anno Domini – Volume II. Você sempre quis escrever sobre essa temática medieval ou foi a proposta da antologia que te chamou a atenção?

DS - É um tema que na verdade eu gosto. Há muitos anos eu tinha um grupo de teatro que, entre outras coisas, acabava inventando histórias que tinham essa coisa do medieval. Mas eu gosto de escrever. Eu já escrevi outros tipos de contos também, mas não desse cunho. Então quando apareceu essa proposta, juntou com essa coisa que eu já gostava. Foi bem legal ter aparecido.

EL – Então você já tinha uma idéia inicial do que queria fazer numa antologia dessas?

DS – Esse conto em particular eu fiz assim: apareceu a proposta, eu peguei um dia e comecei a escrever. Depois, acertei, aumentei um pouquinho, melhorei o enredo, e então saiu o conto da forma que é. Foi a primeira idéia efetivamente voltada para isso.

EL – Na temática medieval, existe outra obra, pode até ser de outra mídia, que tenha te inspirado a construir o conto?

DS – Certamente. Até por conta desse grupo que eu tinha. A gente tinha a idéia de, além dos clássicos, obviamente, ver contos como os do Tolkien, não só O Senhor dos Anéis, mas também outros que na década de 80 voltaram a aparecer por aqui. É da mesma época também o lançamento do filme Excalibur, que foi um clássico, por sinal. Houve a influência desse tipo de coisa. É algo que a gente gostava. Só o conto em si que não tem influência na história.

EL – Entre os autores publicados hoje pela Andross tem algum, ou mais de um, que você curta o trabalho?

DS – Bom, eu sou suspeito! (Risos) Tem a minha filha nesse livro, e a minha irmã também nesse livro. Na verdade, eu ainda não parei para ler os contos. Li as revisões que a editora mandou da minha filha e da minha irmã. Gostei muito dos dois, mas não posso dizer dos outros que não li ainda. De momento, não posso recomendar esse ou aquele outro. Mas, em geral, a seleção é muito bem feita. O outro livro que eu tive contato, que foi Moedas para o Barqueiro II, por conta da minha filha, teve uma seleção muito criteriosa e os contos são muito bons. É bem legal. Como não li todos os livros, não posso dizer qual é o mais recomendável, mas são contos bem selecionados e bacanas.

EL – Vale a pena para o autor participar de coletâneas como essas, não é?
 
DS – Muito! Principalmente para quem não tem aquela produção grande, aquela base para estar escrevendo... Esse conto, por exemplo, é um resumo, uma síntese, de uma história que eu tenho, e penso em aumentar e transformar em livro independente. Então o conto dá margem para você imaginar histórias que levam àquela situação que o conto descreve. E vale muito a pena como, com a minha filha. Ela teve um conto naquele livro, agora outro nesse, e gosta de escrever. Eu acho sensacional essa iniciativa de abrir para o público com condições acessíveis, não é uma coisa cara e exorbitante. Dá para você fazer. O pessoal é muito acessível. Todas as pessoas que eu tive contato, em todos os níveis, desde o Edson [Rossato] até o pessoal que manda as revisões é assim. E o legal é que dá para ver muita garotada aqui. Quer dizer, é muito legal porque acaba despertando o jovem a ver que consegue, ver que pode. Porque tem pessoas que estão escrevendo mas não sabem como publicar, acham que é impossível. Então é uma iniciativa muito bacana que vale muito a pena. Muito mesmo.



Vitt Mazini



Bola de Pelo – Contos sobre gatos

 
Vitt estava cercada de amigos no evento, distribuindo sorrisos e simpatia. Fiquei bastante surpresa ao encontrar uma galera tão jovem e tão entusiasmada em falar sobre literatura. Fui apresentada a autora pelo autor e professor, Diógenes Sobrinho, que dá aulas de biologia à garota. Nosso papo foi rápido, mas deu para perceber pela felicidade da Vitt com essa estréia no mundo literário, que ela não vai parar por aqui.

EL – Vitt, é a sua primeira publicação, certo? Como surgiu a idéia de escrever para a Andross?

VM – Então, eu fiquei sabendo que a Andross publicava contos através de uma amiga. Eu me interessei realmente muito, porque sempre escrevi e sempre guardei meus contos. Aí eu falei “Vou tentar mandar alguma coisa”.

EL – Então já era um conto pronto?

VM – É... Mais ou menos. Na verdade eu tive a idéia na hora. Levei uma hora pra ter a idéia e para escrever foi bem rapidinho. Mais ou menos meia hora.

EL – Nossa! Que trabalho rápido! Bola de Pelo são gatinhos e coisas fofas. Você pretende seguir nessa linha ou já tem contos diferentes preparados para próximas antologias?

VM – Eu gosto muito de falar sobre miséria, fome... Acho mais legal do que coisas fofas. (Risos) Ação social é legal também, né?

EL – Com certeza. Tem algum plano próximo de publicação?

VM – Então... Ainda não sei. Eu publico muitas fanfics. Adoro escrever fanfic. Mas estou pensando em escrever uma história sobre vampiros. E também quero tentar publicar um livro que conta a história de um casal homossexual, e vai falar sobre as dificuldades que eles enfrentam.

EL – Da Andross, você já leu alguma coisa antes ou veio pra editora diretamente para lançar?

VM – Eu tinha lido Moedas para o Barqueiro, porque foi a publicação da minha amiga. E agora eu pretendo ler outros. Já tinha comprado bastante, só não li ainda pela falta de tempo mesmo.

EL – Como escritora iniciante, você considera essa publicação pela Andross uma boa experiência para quem está começando?

VM – Sim! É muito gratificante. Você já fica sabendo mais ou menos como funciona. Eu adorei. E você se sente incentivado a continuar escrevendo. É muito legal.


Regiane, mãe da Vitt




Aproveitando que, entre a galera da Vitt, esta também a mãe orgulhosa da escritora, fui conversar com a dona Regiane Manzini sobre o que ela estava achando desse grande passo da filha.


EL – Como foi pra você a notícia de que sua filha estava escrevendo para participar dessa seleção? Foi uma surpresa?

R – A Vitória foi sempre uma boa leitora. Quando surgiu essa oportunidade, nós ficamos muito surpresos, porque é uma grande oportunidade, primeiro pra ela mesma, pra mostrar o quanto ela é capaz, e segundo, para mostrar o trabalho dela. Então, eu achei maravilhoso. A gente apoiou, e apóia, porque é importante. Eu acho que o Brasil precisa de leitores e escritores.

EL – Com certeza. Você acha que é uma carreira que sua filha pode seguir? Pelo pouco contato que vocês já tiveram com o mercado editorial, acha que é difícil demais no Brasil viver de literatura?

R – Não. Eu acho que melhorou muito e está mais fácil. E é uma carreira que eu tenho certeza que se ela se dedicar, ela conseguirá seguir.

EL – Na família tem alguém que trilha os mesmos passos da Vitória?

R – Meu marido já escreveu poesias e publicou um livro. Lá em casa nós somos leitores. Então desde pequenininha, nós a estimulamos muito. Isso foi importante, porque ela teve o pai como inspiração. E o professor dela, né? Professor e amigos também a estimularam.

EL – Que sortuda! Então a sua casa é um modelo de que para se criar bons leitores e até bons escritores, vale o exemplo dos pais com a leitura...

R – Com certeza. Exemplo é tudo, né?

EL – E o evento? Era isso mais ou menos o que você estava esperando de um lançamento de livro pela Andross?

R – Não... Está acima das minhas expectativas. Eu acho que é uma oportunidade de conhecer pessoas, outros autores, compartilhando as dificuldades... Está um evento maravilhoso. Estou gostando muito.



Victor Vargas



Tratado Secreto de Magia – Contos de magia, feitiçaria e bruxaria – Volume II

Dias Contados – Contos sobre o fim do mundo – Volume II


Victor Vargas é autor do minilivro produzido de forma independente Isidora encontra o herói acorrentado, que foi distribuído durante o Fantasticon 2011 para o público. Em breve, um romance do autor será lançado pela Devir Editora. Anotem aí as dicas que o rapaz deu de autores de contos para se inspirar. Todos são verdadeiramente maravilhosos.

EL – Victor, seus contos estão em dois livros da Andross. Você escreve muitos contos para antologias assim? É algo que você busca saber que está saindo pra participar ou isso foi um golpe de sorte?

VV – Olha, essa foi a primeira vez que eu participei de um concurso de contos. Foi até estranho, porque o tema que estou mais acostumado a escrever é relacionado a fantasia, que cairia no Tratado Secreto. Agora, com o Dias Contados foi uma experiência de realmente tentar uma coisa nova.

EL – Então pode-se dizer que a entusiasmo pro Tratado Secreto de Magia você já tinha, mas o Dias Contados foi um desafio?

VV – Sim, foi uma experiência nova. Tentei buscar algumas coisas de outros autores, dar uma olhada como é que era esse tipo de literatura, e produzir alguma coisa minha.

EL – E qual foi essa inspiração para escrever seu conto em Dias Contados?

VV – Eu tenho um conto do Richard Matheson em que ele fala de um fim do mundo pessoal, relacionado mais à pessoa do que ao evento. Achei isso bem bacana. E foi o que me chamou mais atenção.

EL – Anotada a dica. E pro Tratado Secreto de Magia, já que você gosta bastante de fantasia, quais são as obras que te ajudaram a construir sua história?

VV – Quem ler o conto vai ter uma visão bem clara de várias obras, porque é uma brincadeira com diversos vilões que existem na literatura fantástica. Então, eu acho que o estilo do conto lembra um pouco Terry Pratchett, Douglas Adams... Um pouco mais caricato. Mas eu usei vários personagens de várias histórias para montar o conto.

EL – Bacana! E para suas próximas publicações você já decidiu que linha vai seguir? Continuar com a fantasia, ou você gostou da brincadeira com Dias Contados e vai buscar Apocalipses futuros?

VV – Ano que vem vou lançar no primeiro semestre um romance pela Devir Editora, que é uma fantasia, mas não tanto dragões ou coisas assim. É mais sobre automóveis, mais baseado no nosso cotidiano do que uma alta fantasia. É uma fantasia mais urbana. Por enquanto, estou focando nesse trabalho.

EL – Pra você que já está com um lançamento pronto para sair, qual é a importância dessas antologias da Andross?

VV – Principalmente ver o trabalho de outras pessoas e saber o que as pessoas vêem do seu trabalho. É interessante entrar em contato com outros autores que passam por bastante coisa que você passa ou que você vai passar, e aprender com eles. Também ver o que o público vai dizer a respeito de uma publicação menor sua. Ter uma idéia de onde você está errando, onde você está acertando...






Debora Gimenes


Anno Domini – Manuscritos medievais – volume II

Bola de Pelo – Contos sobre gatos

Jogos Criminais – Contos policiais – Volume II

 
Debora Gimenes não economizou na criatividade para emplacar três contos entre as antologias da Andross. Esse não era o primeiro lançamento de Debora. Essa versátil autora já publicou em antologias da Andross e da Literata.

EL – Debora, que variedade de assuntos! Você foi escrevendo sob encomenda para cada proposta da Andross?

DG – Esses foram feitos para as propostas da Andross. Mas outros que eu publiquei antes, alguns eu já tinha feitos, e outros escrevi para antologias.

EL – Qual desses temas você tem mais facilidade para escrever?

DG – Policial. Eu quero escrever mais a respeito desse tema e, quem sabe, até um livro... Ou mais contos. Já estou escrevendo um em especial, mas tem um pouquinho de fantástico.

EL – Você que é veterana pode dizer se entre as outras antologias da Andross e essas que estão sendo lançadas hoje, você reparou alguma diferença no processo?

DG – Estou percebendo que no Bola de Pelo e no Tratado Secreto de Magia, no qual não estou, tem muito adolescente.  Eu acho isso incrível.

EL – Pra você, qual é a grande vantagem de participar de várias antologias como essas? Pro autor, qual é o prêmio?

DG – Se tornar conhecido, porque é difícil publicar quando você está iniciando. Aí você fica mais conhecido, faz novas amizades... E a Andross dá um apoio pra quem está começando que nunca vi nenhuma outra editora dar.




Pessoalmente, posso dizer que os leitores são tão beneficiados quanto os escritores, pois já li dois desses lançamentos, e gostei muito do conjunto da obra. Depois dessa experiência, pretendo ficar mais atenta aos lançamentos de antologias nacionais, não só as da Andross, mas de todas as outras editoras que vêm fazendo esse tipo de trabalho tão legal e tão necessário à nossa literatura. Na próxima parte da nossa cobertura do evento, a dona Roxane Norris vai explicar como foi para ela o lançamento da primeira publicação. Papo de autor para leitor. Até lá!







Estefânia

























1 comentários:

betinamarcondes disse...

Parabéns menino Victor, o caminho da literatura é encantado...e nos leva a conhecer outros horizontes e pessoas que no fazem crescer...Parabéns vá em frente e sucesso...bjus Betina.

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