Projeto Editorial: Editora Literata







Projeto Editorial
Por Roxane Norris


Parte III – Diagramador

Rochett Tavares





Peço desculpas pela falha na semana do Projeto Editorial, pois por problemas técnicos tivemos que adiar as postagens. Todavia, elas seguem agora o rumo normal.

Trazemos hoje para esta coluna, Rochett Tavares, digramador da Literata, e também escritor - "Circo dos Horrores", "Sexo, Livro e Rock & Roll" (ambos pela Estronho Editora) e "Criaturas". Já viu que a vida desses profissionais sempre tem muito mais envolvido com esse mundo editorial do que imaginamos, não é? 

Vamos ver o que esse profissional tem a nos desvendar dos segredos de sua profissão!   

Obrigada, Rochett Tavares por dispor de um pouco de seu tempo, sempre corrido, para nós!


1 - Paginador, diagramador, editor eletrônico, designer, são tantos nomes que encontramos  na net. Qual é o verdadeiro trabalho feito por quem produz o miolo do livro? Ele chega a envolver todas essas “etapas”?

R.T: No passado havia o responsável pelo tratamento das imagens que vinham do fotógrafo e/ou ilustrador. Havia o responsável pelo layout de cada página, além de outros indivíduos envolvidos no processo de confecção de qualquer material impresso (não apenas o livro em si). Hoje, o diagramador (com o auxílio dos aplicativos de editoração eletrônica) exerce todas as funções citadas acima.


2 - Existem vários tipos de livro. Os livros texto, de arte, didáticos. Já teve oportunidade, na sua função, de lidar com essa diversidade? Se, sim, quais são os mais difíceis de trabalhar?

R.T: Sim. Tanto em desenvolver e montar (didáticos na área de informática, romances e cartilhas) quanto somente diagramar. Em minha concepção, não existe o mais ou menos difícil. Cada ordem de material demanda um conjunto de detalhes específicos.

Por exemplo: um livro didático foca no conteúdo e no quanto as informações ali contidas são de fácil reconhecimento/acesso ao leitor. Um livro de arte objetiva expressar a quem o lê, as sensações do estilo (ou estilos) que apresenta. Um romance tem um pouco dos dois. Tanto precisa facilitar o entendimento quanto passar aquilo que o autor deseja com seus textos.


3 - Quando você recebe o original do livro para produzir, quais são as informações necessárias que a editora deve passar para que você realize o seu trabalho?

R.T.: Há um checklist a ser seguido. Antes do material chegar ao diagramador, autor e editor se reúnem (física ou virtualmente) e há a montagem de um briefing. Dentre os itens envolvidos, posso destacar os seguintes: Qual o estilo/gênero da obra e a que público é destinado. Quais ideias o autor e o editor possuem, e se já existe alguma arte (confeccionada pelo autor, ilustrador, etc.). Qual será a gramatura do papel utilizado na confecção do miolo e, o mais importante, qual sensação o escritor deseja imprimir no público, pois um livro é a expressão daquilo a revolver-se no íntimo de quem o redige e deve corresponder visualmente à sua proposta.


4 - Como é analisar um livro por cada elemento que ele possui, como: título, subtítulo, texto, citação...? Você tem por hábito começar seu trabalho especificamente por um deles, por considerá-lo principal ou mais fácil de trabalhar, ou apenas seu estilo de trabalho?

R.T: O livro, para um profissional, é um produto que deve ser tratado com respeito e confeccionado dentro do maior esmero possível. Cada obra possui identidade própria e, como tal, tem seu processo de montagem diferente das outras, ainda que sejam do mesmo gênero e até do mesmo autor.


5 - Muitos autores praticamente fazem uma “diagramação” no word, independente de qualquer formatação que a editora exija para envio. Até que ponto pode dizer que isso ajuda ou atrapalha o seu trabalho? E, quando exigido pela editora, podemos afirmar que é uma orientação do diagramador do projeto?

R.T: O que normalmente chega para o diagramador é o texto cru, após passar pela equipe de revisão. Nada obsta ao escritor deixar seu material da forma como ele deseja. Contudo, as editoras tem suas regras para a formatação de originais submetidos e, queiramos ou não, pois também sou autor, temos de nos adequar aos parâmetros indicados pela casa editorial a qual desejamos enviar nosso livro. Quanto ao produto final, existem medidas para tamanho de página, margens, lombadas e isso varia de acordo com o formato acertado por autor e editora no momento do briefing.


6 – Como curiosidade, ou até para a programação do lançamento do livro pela editora, em
quanto você calcula o prazo do seu trabalho?

R.T: Isso depende do trabalho artístico que será realizado como também do volume de páginas da obra em questão. Além desses fatores, é norma enviar o livro pré-diagramado em vários momentos (do primeiro layout ao boneco) ao autor para que ele analise aquilo que está pronto e dê seu parecer. Essas etapas demandam um tempo que pode levar de semanas a meses.


7 – Para você, existe uma parte que seja considerada mais interessante na diagramação de um livro? Qual?

R.T: Todas as etapas são divertidas. Meus colegas de profissão devem concordar quando digo que a sensação é análoga a do escultor trazendo “à vida” uma imagem no mármore ou granito. O texto bruto chega, com instruções e recomendações; Nesse momento, procuramos as fontes (estilos de caracteres), desenvolvemos a estrutura do layout, encaixamos as imagens. É um processo tanto artístico quanto técnico.


8 – Esse é um momento em que você pode se dirigir ao autor diretamente, algum “toque” que gostaria de deixar para todos?

R.T: Solte sua imaginação. O livro é um bem precioso e deve apresentar de modo fidedigno aquilo que você, autor, deseja expressar em seus textos. Enquanto autor, partilho o desejo de trazer à luz uma coisa especial, avassaladora, definitiva (como o design do isqueiro Zippo). Todavia, deve-se ressaltar que toda idéia pode e deve ser executada dentro dos seguintes parâmetros: bom senso e lógica.


Esperamos que estejam gostando, porque amanhã teremos o famoso profissional que sempre chega primeiro aos nossos olhos, transmitindo os primeiros ares do livro... Mas será que é assim mesmo?

Veremos com o capista.

Merry Meet!


Roxane Norris

1 comentários:

Marlene Vieira Perez disse...

AMO LIVROS E TUDO A QUE SE REFERE, COMO EDITORAS, PUBLICAÇÕES, REVISTAS LITERÁRIAS E ETC E ESTA INICIATIVA É LOUVÁVEL, PROVA Q ALGUÉM ESTÁ FAZENDO ALGUMA COISA E N DESANIMOU AINDA, CONTINUA DANDO ESPERANÇAS A ESCRITORES, AMANTES FRUIDORES DE BOA LEITURA. TODO GÊNERO É BOM, QDO
O TEXTO É DE QUALIDADE NO SEU GRAU DE ORIGINALIDADE,DENSIDADE E LITERARIEDADE P Q SE POSSA CONSIDERAR UMA OBRA LITERÁRIA- MARLENE VIEIRA PEREZ

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