Título Original: "L'Amant".
Autor(a): Marguerite Duras.
Ano: 2007.
Número de Páginas: 112 páginas.
Número de Páginas: 112 páginas.
Editora: Cosac Naify.
Edição: 1ª Edição.
Edição: 1ª Edição.
Tradutor: Denise Bottmann.
Falar deste livro é um pouco difícil porque eu não sei dizer se consegui captar tudo que Duras quis transmitir. Para começar, comprei o livro para minha mãe, mas ela o detestou. Então resolvi lê-lo para poder dar a minha opinião.
Eu diria que "O Amante" é um livro que diz muito mais nas entrelinhas do que possamos imaginar. Conta o romance entre uma jovem de quinze anos (supostamente a própria autora) e um rico jovem chinês de vinte e sete anos que ela conheceu por acaso em uma balsa que fazia a travessia do Rio Mekong, perto de Saigon. O relacionamento entre os dois é intenso, violento, ardente e, como podem imaginar, proibido. A jovem é uma menina branca e o homem, um chinês. E mesmo ele tendo uma boa condição financeira, o relacionamento deles era inapropriado e desagradava a família de ambos. Enquanto para a família da menina ele era um chinês sujo, para a família dele, a família da menina não passava de uma corja de vagabundos brancos. O livro consegue retratar bem esse preconceito racial e os conflitos que os amantes passavam por causa disso.
A história é interessante, mas me passou a todo o momento um sentimento de angústia infinito e quanto mais eu lia, mais me sentia sufocada pela intensidade das coisas que aconteciam aos personagens, mas isso não foi tão bom quanto eu esperava. Certas coisas na história me desagradaram, por exemplom, algumas atitudes por parte dos personagens me fizeram ficar enlouquecida de raiva, mas acho que as coisas eram daquele jeito por causa da época em que se passava, década de 30.
Achei o Chinês muito dado aos caprichos da menina, para um homem, achei que ele tinha pouca atitude e uma personalidade bem fraca. Ele era sensível e frágil demais, pelo menos eu o senti assim. Já a garota passou-me principalmente uma imagem de melancolia, por alguma razão, quando eu li, sempre a senti deprimida.
A menina rebela-se contra a família, principalmente a mãe que apoiava o irmão mais velho, quem ela mais odiava. Podemos somar a essa rebeldia uma boa dose do drama da adolescência, onde - nessa fase - surgem diversas questões pessoais sobre quem somos, aonde vamos e etc, e também podemos somar a tudo isso os dramas que chegam junto com a iniciação sexual.
A história não segue de maneira linear e isso atrapalha um pouco porque nós, leitores, acabamos por nos perder entre uma página e outra, confesso que esse foi um dos meus maiores problemas com este livro, mas consegui chegar até o final. Li-o em dois dias. Basicamente comecei à noite em um e terminei no dia seguinte. O livro tem poucas páginas, então dá para ser lido bem rapidamente.
A escrita de Duras é bem interessante e consegue nos fazer viajar linhas e mais linhas, a única coisa que atrapalhou-me realmente foi os acontecimentos ocorrerem de uma maneira completamente confusa, mas no fim é um bom livro. Nada mais e nada a menos que isso, pelo menos pra mim.
Há um filme homônimo baseado no livro, para ter mais informações quanto a isso, clique aqui.
1 comentários:
Eu li... achei a mesma coisa!
Quero dizer, a leitura de Duras não é das mais empolgante, mas o livro trás um universo completo e rico.
Ainda vou ver o filme...
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