Projeto
Editorial
Por Roxane
Norris
Parte
I – Editor
Eduardo Bonito
Eduardo Bonito é editor-chefe da Literata e contou para gente um pouquinho do seu trabalho, dedicando uma parte de seu tempo para dar essa entrevista que passo a vocês na íntegra:
1
– O editor é a pessoa responsável por fazer toda a “engrenagem”
editorial rodar, até mesmo, e principalmente, no que concerne a
avaliação dos textos enviados à publicação. Dentro desse
contexto, quais são os principais fatores que você costuma usar
como “filtro” para escolher entre tantos originais aqueles que
são publicáveis e estão dentro do padrão da editora? Com os anos
de prática adquiridos na função, já desenvolveu alguma técnica
que otimize esse seu trabalho?
E.B: Primeiramente agradeço a
oportunidade
dada à Editora Literata.
No que se refere a escolha de
originais, temos uma equipe que cuida desta parte, mas tudo passa por
último em minhas mãos. Já tenho um pouco de experiência, e às
vezes só de ler o inicio da trama sei se o livro aos nossos olhos é
bom ou não.Claro que vários fatores ajudam em uma vendacomo o autor
ter um circulo de amigos que possam ajudar na divulgação de sua
obra e canais de comunicação,pois acredito que o fator editor e
autor unidos possam colher mais frutos do que o autor esperar que
tudo caia do céu, ou ainda ficarnas mãos de uma editora que apenas
edite o livro e não se preocupe com mais nada deixando tudo nas
costa do autor. Ambos os casos, não tendo este entrosamento, afetam
muito o quesito venda e divulgação.
2
– Como editor, você sempre tem de estar antenado nas tendências
do mercado, que muitas vezes imitando o dólar, são flutuantes. Essa
parte do trabalho vai muito além do autor ter um bom texto. Nesse
momento da avaliação como você conduz a demanda que existe de
autores e obras às necessidades que, do outro lado, os leitores
estão ávidos em consumir? É mais fácil haver ou não um casamento
repentino desses anseios?
E.B:O
interessante do Brasil é
isto: a diversidade cultural. No meu caso não penso
muito em moldarmos, ou seja nos adequarmos, à moda editorial. O que
acredito que seja, no meu ver, bom; tanto que a Literata tem autores
que escrevem crônicas e poesias, um mercado muito criticado por
muitas editoras, mas temos autores nessa linha que venderam cerca de
400 livros, coisa que muitos autores que se julgam “estrelas “ no
meio da literatura fantástica não conseguiram atingir.Falo desse
número de vendas em 2 meses de livros lançado.
3
– Não vou mentir dizendo que estou há anos no meio editorial.
Muitas vezes estou mais para leitora... Mas é fato que sempre que
pude estive em contato tanto com leitores, como com os autores. Mesmo
assim, pude perceber um crescimento significativo no mercado, quer
seja sob a ótica de novos autores, ou pelo número de leitores,
principalmente jovens, no país. A que você atribui esse
crescimento? E o que, na sua opinião, esse crescimento trouxe de
bom para os autores dessa nova geração?
E.B: Tanto
para termos novos autores,
como também leitores, atribuo à internet este crescimento e o que
trouxe de bom num todo foi a divulgação da literatura em si para
lugares que jamais pensei que, como editor, teria algum autor e
alguém lendo nossos livros.
4
– São vários profissionais envolvidos na publicação de um
livro. Não é um processo fácil, nem rápido. . E vamos apresentar
dentro desse projeto cada etapa da edição de um livro. É fácil
conciliar a opinião de cada profissional envolvido nesse processo ou
são processos independentes, em que raras as vezes os profissionais
tem oportunidade de conversar o projeto como um todo? Qual dessas
etapas você considera a mais importante, ou não existe uma mais
importante?
E.B: Todas
as etapas são importantes,
a começar pela revisão do livro, onde não há apenas o fator de
erros ortográficos, mas também se o desenlace da historia e foco
estão corretos. O inicio, no meu ponto de vista é o mais difícil
depois tudo se transforma, ou seja cria forma e assim o barco toma o
devido rumo.
5
– Em qual parte do projeto, nesse seu tempo de editor, você
identifica como o momento em que o autor realmente está visualizando
a sua obra como algo concreto? Porque, convenhamos, de início o
autor vive um sonho, mas sempre existe aquela “acordada” para o
mundo.
E.B: Quando
ele estiver com seu filho(livro) pronto para
mostrar ao mundo irá enfrentar o maior desafio que é dar a cara a
tapa para não apenas elogios, mas criticas também. Essa etapa e a
mais difícil, pois não são muitos autores que aceitam criticas.
6
– Muitas vezes – ou pelo menos uma (isso seria uma proeza) –
você já teve de dizer não a uma obra. Como você lida com esse
fato, quando isso acontece? Quais são os fatores que geralmente o
levam a tomar esse tipo de decisão?
E.B: Várias
vezes já disse não (risos).
Algumas vezes as obras não são ruins, apenas já tenho livros no
mesmo estilo literário e não compensa para nós, e acredito que
também para o autor, ter na mesma editora um livro parecido com o
dele. Outras vezes, infelizmente, a obra não é boa.
7
– Gostaria que você deixasse uma dica para o autor iniciante. Algo
que você ache relevante e faça um diferencial no momento em que ele
for procurar uma publicação.
E.B: Pesquise
bastante sobre o que quer escrever antes de enviar a uma editora,
e também mostre sua obra a outra pessoa para que assim essa o ajude
a encontrar elementos desconexos que possam prejudicar seu trabalho e
avaliação. Às vezes recebo obras que se tornam um tanto confusas
para se ler e isso atrapalha muito na seletiva .
Em
nome do blog Eu ♥ Livros agradeço a confiança depositada em nosso
trabalho e espero que o projeto se mostre á altura de suas
expectativas.
Roxane Norris
3 comentários:
Edu sempre arrasando nas respostas. Super profissional, mas atencioso com todos.
Linda entrevista! Parabéns :D
Simplesmente: D+++++!
AMEI!
Não conhecia a editora ...
Beijos
@pocketlibro
http://pocketlibro.blogspot.com
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