Eu ♥ Resenhas: O Livro Sem Nome



Titulo Original: O Livro Sem Nome
Autor: Efeveka
Ano: 2010
Editora: Scortecci
Numero de Páginas: 155






 
"Entre diálogos insanos e momentos de introspecção, um indivíduo, que talvez seja dois, se vê diante das questões de sempre, que ele espera resolver como nunca (como sempre)..." |

Definir o O livro Sem Nome é concretizar o inefável. Rotulá-lo não me convém, mas minha visão sobre o que li, sobre as palavras que estampadas nas poucas páginas, abrangem risos e reflexões… Então, comecemos pela estruturação do texto para depois analisar pormenores e noções.

A narrativa estruturada em forma de pequenos monólogos e diálogos trazem sempre um conjunto de indagações que se unem formando uma história sobre o anônimo incógnito, um ser incógnito tentando salvar o mundo… Tal como estar exemplificado a seguir:

Fechei os olhos.
“O que importa é o gosto. O que importa é o gosto. O gosto. O gosto, o gosto, o gosto...”
Eu não encontrava o gosto.
Numa jujuba, era fácil encontrá-lo. Já nessa outra coisa, não me parecia claro o quê degustar. Onde estaria o gosto senão nela? No sorriso dela, nas palavras dela?
Onde estaria o gosto, senão, no beijo...

Menininha_de_Trancinhas: Anônimo...
Anônimo_Incógnito: Menininha...?
Menininha_de_Trancinhas: Você já...
Anônimo_Incógnito: ...?
Menininha_de_Trancinhas: Ah, você com certeza já! Mas é que eu nunca... eu nunca...
Anônimo_Incógnito: ...?
Menininha_de_Trancinhas: Ah, você sabe...

O livro aparentemente é composto por vários diálogos isolados, mas percebe-se a cada diálogo que eles se complementam, se interligam. Tais conversações isoladas fazem um determinado sentido mais restrito que o completo.

A forma cadenciada dos textos (usando, por vezes, estruturas muito semelhantes para constituir a narrativa e efeitos de repetição equivalentes), torna por vezes o desenrolar cansativo. Em outras palavras, da mesma forma que os monólogos teatrais, a letargia se instala pela repetição – a utilização de uma mesma forma em todas as páginas. Eu não considero um defeito grave, mas a maioria dos leitores considera. Por esse motivo, devorá-lo de uma só vez pode causar uma depreciação da obra, porque a complexidade da maioria dos diálogos requer mais que uma leitura superficial, requer uma extrema concentração uma mente aberta sem preconceitos literários.

Sim, deixe preconceitos literários de lado antes de lê-lo. Pois o autor usa a liberdade literária como uma de suas formas mais marcantes.

É totalmente visível a adição de personagens aleatórios no texto, mas percebe-se que tal adição é proposital tal como o uso excessivo de reticências nos diálogos (já que falar em reticências é uma das características mais marcantes do anônimo).

É um livro que pode parecer excêntrico a primeira vista. Mas que ao fim deixa-nos com aquele ar de admiração, pois as pequenas coisas da vida são ali postas de uma forma inusitada, as indagações mais idiotas ganham um sentido… E outras têm seu sentido desfeito para dar lugar a indagações que não são respondidas, já que nem o anônimo, nem o autor são os donos da verdade... Afinal, o que importa é o gosto. O gosto

0 comentários:

Postar um comentário

- Agradecemos a leitura do post e adoraríamos saber a sua opinião.
- Responderemos o seu comentário aqui mesmo.
- Comentários ofensivos/preconceituosos serão deletados.

 
Eu ♥ Livros © 2010 | Designed by Chica Blogger | Back to top